fbpx

Sistema CNDL

Notícias

Panorama do Comércio: atividade econômica resiste, mas cenário fiscal e pressões externas elevam incertezas

No Boletim Focus divulgado em 9 de dezembro, a estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2025 subiu para 4,6%, acima do teto da meta. Essa deterioração nas expectativas levou o Comitê de Política Monetária (COPOM) a adotar uma postura mais agressiva, promovendo uma alta de 1 ponto percentual na taxa SELIC, que agora está em 12,25% ao ano. O Banco Central também sinalizou novas elevações, caso as pressões inflacionárias persistam.

18 de dezembro de 2024

A edição de dezembro do Panorama do Comércio, publicado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), já está disponível. O cenário econômico brasileiro de 2024 apresenta um contraste marcante: enquanto os dados confirmam a resiliência da atividade econômica, as incertezas fiscais e o ambiente externo continuam a pressionar o dólar e elevar os juros, configurando um horizonte desafiador para 2025.

De acordo com dados do IBGE, o Produto Interno Bruto (PIB) acumulou alta de 3,3% até outubro, superando largamente as expectativas do início do ano, que previam um crescimento de 1,6%. As projeções indicam que o PIB deve fechar 2024 com um avanço de 3,2%, destacando-se como um ano de recuperação robusta, mesmo em um contexto global de desafios.

Comércio em alta com expansão de vendas

O dinamismo da economia reflete diretamente no comércio. Entre janeiro e outubro, o varejo registrou um crescimento de 5,0%, enquanto o varejo ampliado, que inclui setores como veículos e material de construção, cresceu 4,9%. Esses números acompanham a queda do desemprego, o aumento gradual da confiança do consumidor e uma melhora na renda média, consolidando um cenário positivo para o setor ao longo do ano.

Por outro lado, a trajetória de crescimento enfrenta riscos no horizonte de 2025.

Desafios fiscais e impactos nos juros

O grande ponto de atenção continua sendo a política fiscal. Recentemente, o governo apresentou um pacote de cortes significativos para os próximos anos, mas a inclusão de propostas para alterações na cobrança do imposto de renda gerou incertezas. Apesar de promessas de neutralidade fiscal, o mercado reagiu com cautela, revisando para cima as projeções de inflação.

No Boletim Focus divulgado em 9 de dezembro, a estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2025 subiu para 4,6%, acima do teto da meta. Essa deterioração nas expectativas levou o Comitê de Política Monetária (COPOM) a adotar uma postura mais agressiva, promovendo uma alta de 1 ponto percentual na taxa SELIC, que agora está em 12,25% ao ano. O Banco Central também sinalizou novas elevações, caso as pressões inflacionárias persistam.

Projeções para 2025 e a necessidade de credibilidade

Como o Panorama do Comércio mostra, com a nova trajetória dos juros, as expectativas para 2025 indicam uma desaceleração no crescimento econômico, com o PIB projetado para avançar apenas 2,0%, bem abaixo do ritmo observado este ano. Esse cenário reforça a importância de recuperar a confiança no cumprimento das metas fiscais, um fator essencial para estabilizar o ambiente econômico e permitir que os juros sigam uma trajetória mais favorável no médio prazo.

A credibilidade fiscal será, sem dúvida, o elemento central para definir o rumo da economia em 2025. Ao passo que o comércio encerra 2024 em alta, os desafios para sustentar esse crescimento tornam-se evidentes, exigindo atenção redobrada dos setores público e privado.

Assista também ao vídeo abaixo com a especialista em Finanças da CNDL, Merula Borges, com a análise do Panorama do Comércio deste mês.

 

Compartilhe