A preocupação com o futuro e com a preservação do meio ambiente está cada vez mais presente no comportamento de consumidores e empresas.
A busca por alternativas mais sustentáveis tem atraído a atenção para o modelo de economia circular, baseada no reaproveitamento e na reciclagem de materiais que podem continuar no ciclo produtivo, prolongando ao máximo a sua vida útil.
O segmento de embalagens bateu recorde o ano passado e permanece em expansão, impulsionado pelo aumento das vendas online e o isolamento social. Embora aquecido pela nova realidade, a missão do setor agora é buscar por soluções mais ecológicas e viáveis.
De acordo com a Associação Brasileira de Embalagens em Papel, 86,3% das embalagens em papel produzidas no Brasil são recuperadas, com destaque para o papelão ondulado que é 100% reciclável e 100% produzido por fontes renováveis.
Para ampliar o leque de embalagens compostáveis, que após consumo, retornam para o solo em forma de adubo, startups têm apostado na utilização de recursos orgânicos, como fécula de mandioca, celulose de eucalipto, fibras naturais de cana-de-açúcar, bambu e arroz, proteína do leite e até raízes de fungos, para desenvolver pratos, copos, talheres, potes e outros tipos de embalagens biodegradáveis.
Embora o investimento seja alto, grandes marcas enxergam na embalagem viva, a oportunidade de atrair e fidelizar um nicho com maior poder aquisitivo, que prima por uma alimentação saudável e valoriza produtos com valores sustentáveis.
Infelizmente, o custo final ainda é muito elevado, se comparado ao valor cobrado pelo plástico convencional (cerca de 80%), o que impede a adesão de algumas empresas, principalmente as pequenas e médias, por enquanto. Além disso, o atraso tecnológico e a falta de investimentos no setor brasileiro, impossibilita a produção em larga escala.
A implementação é desafiadora, leva tempo, mas é inevitável. As novas gerações estarão cada vez mais engajadas com o consumo consciente e as empresas terão que buscar fontes renováveis para entregar produtos alinhados com esse propósito.
O que funcionou até aqui, não vai prevalecer no futuro. Por isso é tão importante estudar, conhecer e se abrir para ideia de preservar algo que não tem preço.
Infelizmente, embora o Brasil possua a flora mais rica do mundo e uma variedade de biomas invejável, faltam iniciativas e incentivos por parte do Estado para desenvolver soluções que, além revolucionar a cadeia produtiva, poderiam colocar o país como referência mundial em economia circular.