Enquanto o país enfrenta um cenário econômico de dívida e inflação crescente, os políticos brasileiros se preocupam em dividir o bolo do poder.
Já circula nos bastidores do Legislativo, a possibilidade de uma Reforma ministerial prevista para o primeiro trimestre de 2025.
A mudança é considerada inevitável para melhorar a articulação política do governo junto ao Congresso, segundo líderes partidários e membros da cúpula da Câmara.
Diante de uma série de embates e dificuldades na tramitação de seus principais projetos, como a Lei de Diretrizes Orçamentárias, a Reforma Tributária e mais recentemente, a aprovação do pacote de cortes, o governo deve alterar a atual composição dos ministérios para acomodar partidos aliados com poder de influência.
Atualmente, o Partido dos Trabalhadores comanda 13 dos 38 ministérios existentes. A expectativa é que o PT ceda espaço para o Centrão para ampliar sua base aliada no Congresso.
O que o Estado erroneamente classifica como “reforma ministerial” nada mais é que uma dança de cadeiras que visa garantir a governabilidade a qualquer custo e no qual trocam-se os personagens, mas a farra com o dinheiro público prevalece.
A reforma almejada por nós, brasileiros, deveria começar na redução das 39 pastas ministeriais que compõem o Poder Executivo.
O país com maior número de ministérios da América Latina e a frente de nações muito mais desenvolvidas, como Estados Unidos (15 ministérios), Itália (15 ministérios), França (16 ministérios) e Alemanha (16 ministérios), está longe de tornar sua gestão pública mais eficiente, aliás, boa parte dessas pastas são inúteis, onerosas e só exercem o papel de cabide de empregos para “companheiros” e caciques partidários.
Se a política brasileira fosse coisa séria, no lugar de cargos privilegiados cedidos a partir de troca de favores, teríamos representantes com forte base técnica, conhecimento, experiência e ética política.
Mais uma vez, a natureza oportunista das mudanças propostas pelo Estado, mina qualquer possibilidade de combater o inchaço da máquina pública, que seria necessário para diminuir as despesas governamentais, sem precisar aumentar os impostos.