Uma das mais importantes de confecções do Brasil nas décadas de 70 e 80, a Sulfabril, de Blumenau (SC), voltará ao mercado em 2016, pouco mais de um ano depois de encerrar as atividades por determinação da Justiça, em dezembro de 2014. O retorno ocorrerá sob o comando de um grupo de empresários que arrematou a fábrica, os equipamentos e as marcas da empresa em leilão judicial em setembro e planeja lançar as primeiras coleções em fevereiro do ano que vem para entregar os produtos nas lojas até junho.
Os novos controladores, que também atuam em segmentos como máquinas e resinas termoplásticas em Santa Catarina e São Paulo e formaram a joint venture NSA Invest, pagaram R$ 34,1 milhões no leilão destinado a levantar recursos para pagar antigas dívidas trabalhistas e investirão mais de R$ 25 milhões em um ano para deixar a fábrica em condições de atender o plano estratégico até 2018.
A meta é vender 300 mil peças por mês em 2016, 600 mil em 2017 e 900 mil ao mês em 2018. A empresa tem condições de bancar sozinha os novos projetos, mas mesmo assim, conforme o presidente Rafael Cunha, vai buscar parceiros dispostos a se instalar no complexo industrial de 50 mil m2 de área construída em terrenos de 150 mil m2 para assumir parte dos aportes e da produção em áreas como tecelagem, tinturaria, estamparia e corte.
As primeiras coleções da nova fase da malharia levarão as marcas Sulfabril e Senha e serão destinadas aos públicos adultos masculino e feminino. Para o presidente da empresa, as marcas seguem firmes na memória dos consumidores e o reinício das entregas dos produtos nas lojas, em meados do ano que vem, deve coincidir com o início da recuperação da economia do país.
No Brasil, uma equipe de 70 representantes comerciais retomou os contatos com os mais de 6 mil pontos de venda multimarcas que já trabalhavam com a Sulfabril e demonstraram interesse de voltar às compras, disse Cunha. Ao mesmo tempo, a empresa pretende reativar as exportações da marca para países como Paraguai, Peru e Colômbia e espera que em 2016 pelo menos 10% da produção já tenha o mercado externo como destino.
Fonte: site Valor Econômico