Na última quarta-feira (07), o Senado Federal aprovou o reajuste salarial para ministros do Supremo Tribunal Federal. De R$33,7mil, os excelentíssimos passam a ganhar R$39,3mil mensais.
De acordo com o cálculo das consultorias de Orçamento da Câmara e do Senado, esse aumento, representa um rombo que pode chegar a R$4 bilhões nas contas públicas. O valor que já atingiu o teto do funcionalismo público, tem efeito cascata para juízes, procuradores, promotores e parlamentares de todo o Brasil, além dos demais Poderes, em função das vinculações constitucionais.
Inadmissível utilizar a Constituição para justificar esse escárnio ao povo brasileiro, que também têm direitos básicos garantidos pela Carta Magna, no entanto vivenciam uma realidade totalmente diferente, onde as pequenas e médias empresas amargam prejuízos contínuos, o desemprego supera mais de 13 milhões de pessoas, gastos com saúde e educação são congelados e investimentos cortados em função de um déficit público que só esse ano deve chegar a R$125 bilhões.
Ainda mais abjeto que um judiciário que legisla em causa própria é a casta dos senadores, que votaram a favor desse abuso. Foram 41 votos que firmam a mediocridade do nosso senado, cujos integrantes em grande maioria respondem a inquéritos no judiciário e preferem uma situação ambígua com este poder, mas não se importam em prejudicar a nação.
Um dos judiciários mais caros do mundo continuará sendo sustentado pelo trabalhador que não recebe auxílio-moradia, pelo empresário sufocado em tributos e pelo cidadão que sustenta uma casa com pouco mais de R$900 reais.
No país da desigualdade social, são as raposas que cuidam do galinheiro.