O Ministério Público, membro do Comitê Municipal de Enfrentamento da Covid-19, criado pelo prefeito Odelmo Leão, promulgou uma recomendação, advertindo às empresas sobre a necessidade de se cumprir um cronograma de horários diversos para a entrada e saída de seus funcionários. A medida foi tomada para evitar a aglomeração de pessoas em ônibus e terminais nos horários de pico.
Nossa opinião é que esta atitude é oportuna, considerando o adensamento de trabalhadores no sistema de transporte público nesses horários. Esta ocorrência se dá pela abertura em etapas das atividades econômicas e pela falta de coletivos disponibilizados pelas empresas de ônibus, que também estão passando por momentos difíceis, por falta de passageiros.
Nossa preocupação continua sendo a de equilibrar as necessidades da crise econômica, com as da saúde, que estão interligadas e não podem ser tratadas de maneira dissociadas.
Quando se faz alguma exigência de mudança nos horários de funcionamento para os estabelecimentos comerciais, esta ação causará um aumento de custo para todas as empresas. É preciso alguma contrapartida para compensar este novo gasto.
A abertura gradual das atividades liberadas até o momento, ainda não criou obstáculos à saúde, mas também não conseguiu atrair o volume de clientes indispensáveis, para o bom funcionamento das lojas. A falha está na imposição da alternância de dias para atividades similares, que pela nova exigência de horários variáveis de abertura, já não faz mais sentido e prejudica a vinda constante do consumidor.
Solicitamos ao prefeito, que promulgue a mudança pedida, permitindo que todas as empresas com autorização legal para estarem abertas, possam fazê-la em todos os dias da semana.
Esta medida não implicará em adensamento de pessoas e trará um alento para as atividades com permissão de abertura, que ainda não conseguiram o equilíbrio financeiro por falta de clientes.
A maior dificuldade para evitar a disseminação do vírus, não está na abertura gradual e responsável da economia. Os estabelecimentos que estão funcionando, assinaram o termo de responsabilidade e estão cumprindo todas as determinações e normas para preservar a saúde de seus clientes e funcionários.
A complicação está na fiscalização das aglomerações causadas por filas sem controle, concentração de pessoas nas vias públicas e no transporte urbano sem a proteção adequada e outras inadequações de comportamentos.
A continuidade do processo de abertura das portas com responsabilidade deve ser célere e constante para não provocar o fechamento das empresas com consequente perda de empregos e de renda, que poderá agravar ainda mais a crise atual.
É preciso enfatizar que a Covid-19 já colapsou a economia e as empresas de pequeno e médio portes ainda não receberam ajuda dos poderes executivos de todos os níveis. Os estados e municípios já estão sendo agraciados com perdão de dívidas e doações de recursos públicos federais e é preciso que parte deles, sejam repassados aos estabelecimentos comerciais, através de isenção de impostos.
A cidade de Uberlândia está recebendo 83 milhões de imediato e seria conveniente repassar não só para empresas de transporte coletivo, conforme Projeto de Lei do Executivo de número 024 de 2020, em aprovação na Câmara Municipal, mas também a todas as atividades atingidas.
Esperamos que o prefeito faça o que realmente o município precisa, que é o equilíbrio entre as medidas tomadas para as crises e ajuda imediata para as empresas.
Agradecemos em nome de todos os moradores de Uberlândia.