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Os efeitos da alta do dólar sobre a economia brasileira

Atualmente, o real é a quinta moeda com pior desempenho entre os países em desenvolvimento, acumulando uma desvalorização de 14,6% entre janeiro e julho deste ano, à frente até mesmo do peso argentino.

8 de agosto de 2024

A disparada do dólar acendeu um alerta global sobre uma possível recessão na economia americana. Essa aversão ao risco foi responsável por uma queda generalizada nas bolsas de valores, que afetou inclusive as maiores economias do mundo.

A situação se agrava nas nações emergentes, que apresentam um risco maior de endividamento.

Isso ocorre porque, ao contrário dos países desenvolvidos, que possuem dívidas altas, mas pagam taxas de juros menores por serem economicamente e historicamente estáveis (como o Japão, o Reino Unido e o próprio EUA), os países em desenvolvimento sofrem com o aumento da inflação e o enfraquecimento de suas economias em momentos de desvalorização cambial contínua, o que gera uma fuga significativa de capital.

No caso do Brasil, o cenário é ainda mais preocupante, já que, além das questões internacionais, o país enfrenta uma profunda crise financeira, fomentada pela ausência de responsabilidade fiscal e estabilidade política.

Diante de uma dívida que corresponde a quase 80% do Produto Interno Bruto (PIB), é esperado que a imagem transmitida pelo Brasil seja de total incapacidade de honrar dívidas. Atualmente, o real é a quinta moeda com pior desempenho entre os países em desenvolvimento, acumulando uma desvalorização de 14,6% entre janeiro e julho deste ano, à frente até mesmo do peso argentino.

O resultado da depreciação da moeda é uma política monetária com juros altos, importações de produtos e insumos mais caras e o aumento dos preços de combustíveis, medicamentos e até alimentos, uma vez que a valorização do dólar impulsiona a exportação de commodities, reduzindo a oferta interna e elevando seus preços na economia doméstica.

A economia brasileira perdeu credibilidade tanto dentro quanto fora de suas fronteiras, principalmente devido à má gestão das contas públicas, conduzida por um governo que gasta mais do que arrecada e acredita que a solução mágica para zerar o déficit fiscal é aumentar impostos, em vez de cortar as despesas excessivas do Estado.

Triste é que, enquanto o mercado internacional duvida da capacidade do governo pagar títulos, nós duvidamos de sua competência para governar.

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