Infelizmente o mundo foi assolado por uma pandemia causada por um vírus, que para sobreviver, foi capaz de se modificar geneticamente e se adaptar a outro hospedeiro, a raça humana.
Esta capacidade de se transformar e de se ajustar, mostra que a natureza é sábia e proporcionou a todas as espécies, uma habilidade para garantir sua perpetuidade, incluindo aí, nós, seres humanos.
A hegemonia de nosso gênero na composição do planeta, não nos assegurou a blindagem necessária, para garantirmos uma perda irrisória de vidas. Isto mostra que todos nós não podemos acomodar, criar rotinas que nos alienem, formar grupos como se cada nação não precisasse interagir com as outras e desconsiderar que vivemos no mesmo mundo e que cada ação tem uma consequência.
Ainda que a humanidade tenha alcançado uma grande evolução científica, como a manipulação genética, o uso de inteligência artificial e de supercomputadores, os especialistas em saúde não foram capazes de impedir a proliferação e a infestação da Covid 19. Até o momento, surgiram protocolos variados e quarentenas de diversos modelos, baseados em tentativas e erros, que apenas minimizaram ou não impediram a disseminação da doença.
Chegamos à conclusão que os habitantes das cidades, dificilmente cumprirão à risca as imposições de isolamento e alienação física. As pessoas têm níveis de renda diferentes, moram em bairros com características extremamente diversas e sempre vão relutar em não estar perto fisicamente umas das outras. Esta é uma característica marcante de nossa espécie, viver juntos, se socializar e promover novos relacionamentos.
Não existe uma forma de nos prevenir ou de nos proteger de tudo, mesmo que tenhamos um enorme desenvolvimento em todas as áreas científicas, técnicas e biológicas. Isto não será suficiente para garantir que não tenhamos que lidar com grandes adversidades. O maior obstáculo agora está na relação entre todos nós, que não leva em conta o bem comum e que nos deixa insensíveis, quanto a qualidade de vida de nossos semelhantes.
O flagelo do Coronavírus criou duas crises, a da saúde e em seguida a da economia. A falta de capacidade do homem de criar uma vacina com muita rapidez ou de conciliar e entender as necessidades diversas de setores diferentes, obrigou o fechamento das empresas. Esta parecia ser a única possibilidade de manter as pessoas imunes e vivas, mas provocou um efeito colateral, que desestruturou a capacidade de subsistência da população.
Este evento mostrou que a sabedoria não é tomar decisões imediatistas, sem a análise de suas consequências e fora de sua esfera de ação. A participação de outros grupos de atividades, além da saúde, para eliminar ou diminuir a possibilidade de prejudicar outras áreas, seria igualmente importante.
Considerando o episódio da pandemia e o que ela causou, podemos extrair fatores “positivos”, entre eles, a aceleração do uso e da aprendizagem dos meios digitais, porque a sociedade foi obrigada a se amoldar a uma vida a distância.
Possivelmente, a realidade pós-coronavírus será diferente da que conhecemos.
O uso de comunicação via videoconferência e as transações pelo e-commerce, aumentarão substancialmente. A utilização de pedidos de alimentos e outras necessidades por aplicativos de delivery e o trabalho em home offices se tornarão uma constância.
De tudo o que está acontecendo, podemos tirar uma certeza: é necessário considerar a falta de lideranças que pensem em soluções práticas, conjuntas e visem o bem-estar da população.
Precisamos de uma nova ordem, que garanta a qualidade de vida de todos.