A pandemia expôs toda a fragilidade econômica do país e revelou a falta de pulso do Estado para defender empresas e trabalhadores.
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, quase 600 mil negócios fecharam suas portas nos dois últimos anos.
Impossibilitadas de trabalharem, em função do isolamento social, da insegurança jurídica e da negligência do governo, milhares de empresas encerraram suas atividades, impactando diretamente o mercado de trabalho, que atingiu a maior taxa de desemprego da história, com 14 milhões de cidadãos desempregados.
Ainda de acordo com o levantamento, as micro e pequenas empresas representam 80,4% desse triste cenário. Elas foram as mais afetadas porque não dispunham de capital de giro para enfrentar a imprevisibilidade do momento, nem acesso facilitado ao crédito.
As poucas iniciativas idealizadas para ajudar empregadores durante a crise se mostraram insuficientes e ineficazes.
Enquanto as MPEs foram desassistidas pelo Estado e as instituições financeiras já preveem um PIB abaixo de 1% em 2022, o funcionalismo público continua ileso, com sua estabilidade garantida e suas benesses salvas. Esse desequilíbrio nas contas públicas condena a iniciativa privada e toda sua cadeia produtiva.
Ao invés de acabar com os entraves burocráticos sobre as relações de trabalho e acelerar a aprovação da Reforma Tributária, o Brasil blinda a máquina pública e prioriza pautas que assustam pela superficialidade e esbarram em qualquer possibilidade de equilíbrio social e econômico.
A falta de comprometimento com as necessidades do país e as desavenças entre os poderes é que nos ameaçam mais que a pandemia.