Empreendedores brasileiros são, acima de tudo, perseverantes, afinal enfrentar um ambiente extremamente hostil, oneroso e burocrático é um ato de coragem.
Além de todas as barreiras impostas pelo Estado, como as abusivas tributações, o excesso de obrigações trabalhistas, as dificuldades para obter crédito e a insegurança jurídica, os pequenos negócios tiveram que lidar inesperadamente com os efeitos catastróficos de uma pandemia sem precedentes.
Embora muitos nichos tenham conseguido se adaptar ao isolamento social, utilizando estratégias digitais, para quase metade das PMEs, a situação ficou insustentável.
Segundo relatório divulgado pelo SEBRAE e elaborado pela Global Entrepreneurship Monitor (GEM), das 22,3 milhões de pequenas empresas ativas em 2019, apenas 12 milhões conseguiram sobreviver à crise no ano passado.
Em Minas Gerais, na somatória de maio de 2020 a abril de 2021, 109.948 atividades foram encerradas, sendo 64,85% de Microempreendedores Individuais (MEI), que compõem 81,87% do contingente de pequenos negócios mineiros.
Ainda com base nos dados do estado, o setor de serviços foi o que mais registrou fechamentos (44,75%) e, em seguida, o comércio (33,78%).
Os números acima revelam um cenário preocupante para a economia brasileira. As micro e pequenas empresas desempenham um papel fundamental para a geração de emprego e renda no país. Elas representarem 20% do PIB brasileiro e são responsáveis por 60% da nossa força de trabalho.
Como uma potência tão importante foi negligênciada a esse ponto?
A resposta é óbvia. Faltam medidas sérias para combater o endividamento das PMEs; falta crédito facilitado; falta uma Reforma Tributária séria e uma Reforma Administrativa que socorra os cofres da União; falta uma Constituição que flexibilize as relações de trabalho; falta um Estado que escolha avançar em vez de caminhar na contramão do mundo.
São os pequenos, os grandes gigantes desse país.