A inclusão da agenda ESG – termo que se refere a meio ambiente, responsabilidade social e governança – é tema em destaque nas organizações e negócios que estão em busca de práticas sustentáveis. No entanto, muitas empresas ainda possuem dificuldade em compreender o termo.
Segundo a pesquisa “ESG nos Pequenos Negócios“, realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) de Minas Gerais, de 1.031 empreendedores mineiros, donos de pequenos negócios, 55% não possuem conhecimento sobre ESG.
No raio-x dos entrevistados, 49% são microempreendedores individuais (MEI), 40% são proprietários de microempresas (ME) e 10% possuem empresas de pequeno porte (EPP). O setor de serviços foi responsável por 39% das respostas, enquanto o comércio, a indústria e a construção civil representam, respectivamente, 33%, 20% e 11% dos negócios dos entrevistados.
O estudo mostra que, embora mais da metade dos participantes do levantamento ressaltem que não possuem conhecimento sobre ESG, seis em cada 10 empreendimentos contam com práticas de responsabilidade social e ambiental por meio de descartes selecionados para a coleta seletiva.
Já quando o assunto é governança, 80% dos donos de pequenos negócios afirmaram ter contratos com seus colaboradores e prestadores de serviços. E, na área social, 70% dos entrevistados destacaram a existência de estratégias para manter a saúde e a qualidade de vida dos funcionários.
“Ações éticas e sustentáveis, que estejam alinhadas com valores e princípios voltados para o bem-estar geral, devem ser um compromisso de todas as empresas, independentemente de seu porte ou setor”, afirma o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, Marcelo de Souza e Silva.
Raio X dos pilares ESG nas empresas mineiras
A pesquisa também apresentou as principais práticas aplicadas pelos negócios mineiros em cada área do termo da agenda ESG.
Para a letra “E”, que representa as ações relacionadas à preservação do meio ambiente (environment, em inglês), foram listados os seguintes dados:
- 50% possuem estratégias de reciclagem de materiais;
- 59% dos pequenos negócios entrevistados não implementaram medidas para diminuir o consumo de água;
- 62% responderam que realizam a separação correta de lixo para a coleta seletiva;
- 63% possuem ações para minimizar o consumo de plástico;
- 80% dos participantes possuem ações de economia de energia elétrica.
No pilar “S”, de “social”, referente às práticas tomadas por empresas para estimular a qualidade de vida e bem-estar das pessoas, e fortalecer a responsabilidade social, os negócios mineiros tiveram os seguintes percentuais:
- 43% dos entrevistados afirmaram ter atividades de doações e voluntariado;
- 46% criam ou são parceiros de eventos para a comunidade da região em que atuam;
- 67% declararam apoio à diversidade e à inclusão de funcionários de raças, gêneros, idades e orientações sexuais diferentes;
- 75% responderam que possuem ações que valorizam a saúde e o bem-estar dos colaboradores.
Já a letra “G” é relacionada aos processos de governança com foco na administração que garante ética, responsabilidade e transparência, e serve também para reforçar os laços com parceiros e clientes e fomentar a sustentabilidade. Neste quesito, o estudo do Sebrae Minas revelou que:
- embora 52% dos entrevistados não façam a gestão de riscos, 48% possuem estratégias para este fator;
- 52% dos pequenos negócios têm canais de comunicação disponíveis para o recebimento de críticas, elogios e sugestões de clientes, fornecedores e funcionários;
- 66% possuem planejamentos estratégicos, mas um terço não realiza esta ação;
- 80% dos empreendimentos possuem contratos com os funcionários e prestadores de serviços;
- 81% cumprem as obrigações financeiras dentro do prazo.
Com informações do Diário do Comércio