Um dos maiores desafios enfrentados pelas empresas que possuem lojas virtuais são os altos custos e as limitações dentro do processo de logística, onde se concentram as principais reclamações dos clientes. Não saber com exatidão quando o produto será entregue ou ter que retirá-lo com hora e local predefinidos pelas agências dos Correios, gera desgaste ao comprador e prejuízo ao vendedor, que precisa arcar com os custos da logística reversa se a entrega não for realizada com sucesso.
Além disso, milhões de potenciais clientes não são atendidos por morarem em endereços com restrições, classificados como áreas de risco pela empresa pública.
Outro fator crítico é o frete, responsável por grande parte das desistências dentro do site e da sensação de frustação de quem descobre na etapa final da compra o quão é abusivo o valor dessa taxa.
De olho nos obstáculos enfrentados por esse nicho e nas oportunidades ainda pouco exploradas, empresários desenvolvem no Brasil, modelos de negócios para romper as barreiras entre o digital e o físico. Um dessas modalidades, já muito comum no mercado europeu, são os pontos de retirada em comércios locais. O cliente pode escolher o estabelecimento credenciado mais próximo para resgatar a encomenda com maior flexibilidade de horário.
Já existem empresas que estão adaptando essa proposta com a utilização de tecnologia e equipamentos próprios de armazenagem, como é o caso da EntregAli, que instala uma espécie de armário de academia com diferentes tamanhos em alguns edifícios de São Paulo. O entregador digita dados da remessa para abrir o compartimento do “CollectSpot” e, assim que deposita o produto, o comprador recebe uma notificação com um QR Code, que funciona como a chave do armário. A empresa tem planos de expandir a caixa postal inteligente para pontos comerciais.
De fato, a utilização da inteligência artificial tem conectado cada vez mais lojistas e transportadoras. Aliás, há softwares que, através de algoritmos, indicam aos donos dos e-commerces a melhor prestadora de serviços de acordo com o prazo estipulado, preço e região.
E por falar em transportadoras, elas também utilizam cada vez mais dos recursos tecnológicos para melhorar suas operações, otimizando o uso da frota e fornecendo para os compradores a localização exata do percurso dos motoristas.
O crescimento desse segmento é reflexo da transformação digital que vivenciamos. Cabe ao varejo buscar novas alternativas para garantir suas vendas e conquistar a preferência de um consumidor cada vez mais exigente e menos disposto a esperar pelos percalços da compra até a entrega.