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Latifundiários da Amazônia: benefícios nas mãos de Temer

12 de junho de 2017

Se aprovada, MP 756 vai tirar 486 mil hectares de Floresta Nacional no Pará; prazo para sanção do presidente vai até 19 de junho

Flona do Jamanxim

O futuro da Amazônia está nas mãos do presidente Michel Temer. A Medida Provisória (MP) 756 – já aprovada pelo Congresso – prevê a retirada de 486 mil hectares da Floresta Nacional (Flona) do Jamanxim, localizada em Novo Progresso, no sudoeste do Pará. A área equivale a 486 mil campos de futebol ou ainda 2.700 Parques do Sabiá. Segundo a legislação, a Flona tem proteção especial do Estado, é de domínio público e não pode ter presença humana. A MP prevê alteração para Área de Preservação Ambiental (APA), um espaço muito menor de proteção do governo. Só que por trás de uma simples mudança de nomenclatura existe um grande jogo de interesses.

 

Estamos diante do maior crime ambiental da história do Brasil. E são vários os culpados que seriam beneficiados com a sanção do presidente. Entre eles está Pedro Cordeiro, identificado como um possível laranja por fiscais do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que acumula R$ 90 milhões em multas por desmatamento ilegal de uma área de 4.575 hectares de terra da Flona. Além disso, seriam favorecidos: o prefeito de Novo Progresso (PA), Ubiraci Soares da Silva (PSC), apontado pelo Ibama como o responsável por desmatar mil hectares e que já deve R$ 1,9 milhão em multas; a família de Jaime Zaminham, que reivindica sete mil hectares de terras; a família Zanchet, que pede outros 12 mil hectares; Hans Muller dos Santos, que deve R$ 12,8 milhões em multas e Flávio Paro, multado em R$ 712 mil e que tem duas fazendas dentro da área da floresta.

 

Tudo já começou errado. Segundo a legislação brasileira, uma Flona não pode ter presença humana, como o próprio nome já diz era para ser uma floresta. Mas a área já está ocupada, inclusive com criação de gado e desmatamento para uso de madeira.

 flona jamanxim

Criada em 2006, a Flona do Jamanxim tem hoje 236 ocupantes passíveis de regularização, pois já estavam no local antes de 2004, segundo um censo do ICMBio. De acordo com o estudo, a área total a ser regularizada seria de 77 mil hectares, que representa somente 15% da área total que pode ser retirada da Flona.

 

A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Uberlândia é contra qualquer tipo de desmatamento ambiental e seus consequentes prejuízos à sociedade. Como brasileiros temos o dever de zelar pelo meio ambiente e pelo não desmatamento. E isto tudo gera impacto na qualidade de vida da população e no futuro de nossos descendentes.

 flona jamanxim gado

A economia como um todo tem muito mais a lucrar com a preservação, além de não colaborarmos para a piora do clima, lembrando que o que acontece na Amazônia reflete na diminuição das chuvas e no aumento da temperatura em outras regiões do Brasil.

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