Opinião
O Ministério da Economia publicou no início do mês, o Relatório de Benefícios das Empresas Estatais Federais. A iniciativa inédita do governo revelou os benefícios oferecidos aos servidores das 46 estatais com controle direto da União.
O resultado do levantamento choca pelo excesso de privilégios concedidos e bancados pelo dinheiro público.
Enquanto o Brasil fechou 11,1 milhões de postos de trabalho em 2020, os servidores foram totalmente blindados dos efeitos econômicos da Covid-19 e a máquina pública continua abocanhando 13,5% do nosso PIB.
A discrepância de tais dados com a realidade brasileira é uma ofensa para qualquer cidadão que paga impostos e luta para sobreviver sob a gestão de um Estado inflado e deficiente.
A Petrobrás paga 100% de adicional de férias, enquanto no setor privado, a gratificação é de, no mínimo, um terço a mais sobre o salário normal.
Já na Infraero, os funcionários recebem R$8.766,25 de auxílio funeral para cobrir o falecimento de cônjuges, filhos, enteados ou dos pais.
A Eletrobrás, que está na mira das privatizações do Executivo, fornece auxílio creche de R$863,83 para filhos de até seis anos, auxílio educacional de R$ 574,47 para filhos de até 17 anos e 13 tíquetes de alimentação por ano.
O BNDES disponibiliza ajuda educacional de mais de um salário mínimo por mês para cada filho menor de 18 anos. No caso da Finep, o incentivo à educação é de R$ 870,81 para filhos menores de 18 anos e R$ 326,51 para filhos de até 23 anos.
Os privilégios descritos acima são inaceitáveis e sem nenhuma equivalência com a iniciativa privada. Não podemos mais sustentar essa farra com os cofres públicos. Estamos tirando da nossa mesa para alimentar um mostro insaciável. Privatizar não é uma opção, mas a única saída.