Existem duas realidades no Brasil. A que nós vivemos e a que a elite do funcionalismo público vive.
A nossa verdade acontece no meio do caos e da insegurança. Somos absorvidos diariamente por uma grave crise econômica que escancara a total precariedade do sistema. O contribuinte paga caro, literalmente, para (sobre)viver sem saúde, sem segurança, sem emprego, sem educação e sem perspectiva.
Já os privilegiados do Estado transitam em uma realidade paralela, formada por ministros, desembargadores, promotores, juízes, procuradores, deputados e senadores que simplesmente ignoram a gravidade da situação.
O Supremo Tribunal Federal, por exemplo, faz parte do 1% da população mais rica do Brasil, segundo o IBGE e aguarda um reajuste salarial de 16,38% com efeito cascata para todos os juízes federais e estaduais previsto para 2020. Estamos falando de um dos judiciários mais caros do mundo e da violação da Constituição, que prevê um teto salarial para a classe de R$ R$33,7 mil e agora alcança o patamar de R$39,2mil.
O Ministério Público da União, que já havia estourado o teto em R$126,1 milhões no ano passado, também propôs aumento de R$16,38% na remuneração dos procuradores.
A situação é crítica do lado de cá, mas para a política de remuneração da máquina pública tudo parece caminhar tranquilamente. Hoje, o governo brasileiro costuma pagar o dobro do valor dos salários do setor privado aos servidores com o mesmo nível de experiência, além de benefícios como estabilidade e um regime de previdência invejável.
A festa do dinheiro público não é exclusividade do Judiciário, que paga em média R$236.000 mil por ano em remunerações, cerca de R$19.700 mil mensais. O Congresso Brasileiro também corrobora com a infame situação. Cada deputado dispõe de R$107.000 mil mensais de verba de gabinete para estruturar uma equipe de assessores com salários que chegam até R$15 mil. A somatória de salários e verbas corresponde a 68 vezes o PIB per capita brasileiro.
Use o seu voto com responsabilidade. Ele pode ser a ponta afiada para estourar a bolha inflada do funcionalismo.