Por muitos anos, o ensino técnico brasileiro foi tratado como a opção mais rápida e acessível para que classes menos favorecidas pudessem se especializar profissionalmente.
Apesar da formação superior ser inegavelmente importante na carreira profissional, as mudanças no mercado de trabalho apontam uma forte carência por talentos com conhecimentos específicos e práticos, principalmente voltados para a otimização e automatização de processos e inteligência artificial.
Não estamos preparados para as funções que estão surgindo com a transformação digital. Não é por acaso que o país tem 12,5 milhões de desempregados e milhares de vagas em aberto por falta de qualificação, principalmente na área da tecnologia.
Ainda que existam boas perspectivas de mudança, a oferta para o ensino técnico ainda é muito baixa. De acordo com um estudo recentemente divulgado pela Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Económico – OCDE, apenas 8% dos estudantes brasileiros completam o ensino médio com alguma formação técnica, enquanto boa parte dos alunos dos países avaliados frequentam cursos técnico-vocacionais nos últimos anos da escola secundária.
Precisamos capacitar nossos profissionais para o mundo 4.0. Hoje são poucas as instituições que fomentam esse segmento, que deve crescer mais de 20% nos próximos quatro anos.
A iniciativa privada tem excelentes exemplos de como formar talentos e solucionar a escassez de mão de obra qualificada. Hoje, grandes empresas já disponibilizam programas educacionais e cursos técnicos para seus funcionários e comunidade.
Falta ao Estado, estimular a cultura da formação técnica como um salto para o desenvolvimento da economia hoje e do mercado de trabalho amanhã.