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Deputado, coronel da PM e delegado participam de reunião dos diretores e tratam sobre segurança pública

26 de setembro de 2017

Série de roubos e furtos na região central de Uberlândia foi discutida no encontro

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O deputado estadual Felipe Attiê, o coronel Cláudio Vítor Rodrigues Rocha, comandante da 9ª Região da Polícia Militar, e o delegado Eduardo Leal, da Polícia Civil, participaram nesta terça-feira (26/set) da reunião do Conselho de Diretores (Condir) da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Uberlândia. O encontro foi para discutir a segurança pública diretamente e indiretamente ligada à classe empresarial da cidade. Estiveram presentes diretores da entidade, executivos e os vereadores Hélio Ferraz Baiano, Roger Dantas e Thiago Fernandes.

 

O presidente da CDL, Cícero Novaes, abriu a reunião falando sobre diversos crimes realizados em pelo menos dez empresas da região central de Uberlândia. Ele citou exemplos de furtos recentes e materiais e também de roubos à mão armada, o que gera sensação de insegurança no comércio. Falou também sobre o motivo de cada convidado estar presente na reunião: o coronel Cláudio Vítor, representando a Polícia Militar, como primeira força no combate à criminalidade; o delegado Eduardo Leal, representando a Polícia Civil, como instituição que investiga os crimes; os vereadores, como representantes do Poder Legislativo, que têm autonomia para a criação de leis que defendem os interesses da sociedade; e o deputado estadual Felipe Attiê, como representante do legislativo de Minas, órgão responsável pela criação de leis e distribuição de investimentos no estado.

 

Em seguida, o coronel Cláudio Vítor falou sobre a realidade da segurança pública em Uberlândia e em Minas Gerais. Ele citou exemplos de que mesmo identificados, muitas vezes quem comete um furto – como os realizados nas empresas – não podem ser presos pela PM por conta da falta de flagrante. Ele explicou que existem duas formas da instituição prender um criminoso: em flagrante delito ou por força de um mandado de prisão. “Sem isso não é possível, de acordo com a lei. O que é necessário é uma mudança na lei, é preciso mobilização da população e das instituições para uma reestruturação geral, para melhorar as condições atuais”, afirmou o comandante.

 

Segundo o coronel Cláudio Vítor, mesmo que existissem mais viaturas e efetivo policial disponíveis em Uberlândia, a criminalidade possivelmente não iria diminuir. “Isso porque a polícia prende, mas a lei autoriza a soltura. Temos que ser verdadeiros e sinceros com o que está acontecendo. Nós estamos trabalhando forte e vamos continuar, mas precisamos de um caminho de mudança”, disse.

 

O presidente da CDL, Cícero Novaes, abordou com o delegado Eduardo Leal sobre a investigação da Polícia Civil e os investimentos do estado na instituição. O delegado explicou que a PC está fazendo “muito, com o pouco que tem”. Ele detalhou que ao longo dos anos foi criado um déficit em relação à coirmã Polícia Militar, por conta do investimento menor em viaturas e em efetivo policial.

 

Segundo ele, atualmente o modelo tradicional de delegacia está sendo reestruturado, com a criação de unidades especializadas, como por exemplo a Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos e também a delegacia de Meio Ambiente. Ele citou exemplos de crimes contra o patrimônio, que envolvem furtos e roubos, que já ultrapassou a casa dos 4 mil registros em 2017.

 

“Segurança pública custa caro e é prioridade no Brasil. A Polícia Civil tem feito o trabalho. O que chega de informação nós damos andamento e investimos nas investigações. Mas o sistema processual e penal são falhos no país. Mesmo em prisão em flagrante por roubo, por exemplo, o indivíduo é posto em liberdade”, afirmou Leal.

 

O coronel Cláudio Vítor e o delegado Eduardo Leal falaram também sobre a estrutura do sistema prisional e sobre o somatório de penas, que pode criar a possibilidade de um indivíduo permanecer preso. “O sistema prisional brasileiro não ressocializa ninguém. O indivíduo muitas vezes se aprimora no crime. Existe tráfico de drogas, de telefone, de dinheiro. O sistema é falido no país. Que aí vai da movimentação política para evoluir o que existe atualmente”, afirmou o delegado.

 

Na sequência, o deputado estadual Felipe Attiê, presidente da Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, explicou sobre o que está sendo realizado para melhorar a segurança pública no estado. Ele explicou sobre o Direito praticado no país, que é algo histórico, derivado de outras culturas há séculos. “Existe jeito para tudo. O que praticamos hoje vem de Roma, depois implantado em Portugal e por fim no Brasil-colônia. Esse Direito, por séculos, é contra toda a produção de riqueza. A legislação é confusa e rica em saídas e soluções, que vira um emaranhado de dificuldades. O Brasil é um país complicado juridicamente. Essa é a primeira falha nesse processo, pois isso foi levando o país a uma situação insustentável”, afirmou.

 

O deputado também falou sobre a estrutura política e a disponibilização de renda. “Nós, como poder público, não produzimos dinheiro, nem mesmo a Polícia Militar, nem a Polícia Civil. Quem cria toda a riqueza é a classe empresarial, que gera receita, paga impostos, e mantém o país funcionando”, disse Felipe Attiê.

 

Mauro Lúcio Rodrigues, diretor de Saúde e Seguridade da CDL Uberlândia, questionou o deputado Felipe Attiê sobre o que a entidade e a classe empresarial podem ajudar para melhorar a condição atual do país em relação à segurança pública. O parlamentar respondeu que por enquanto não há previsão de uma solução definitiva para o orçamento público. “Precisamos exigir novas medidas. A situação fiscal do estado brasileiro é insustentável. Se fosse uma empresa privada, já teria fechado as portas. O que precisamos é reduzir custos e enxugar a máquina pública no que existe hoje. Precisamos resolver todos esses problemas existentes, com trabalho conjunto da Polícia Militar, Civil e o Poder Judiciário. A classe empresarial pode ajudar na mudança de profundas reformas no país, assim como a população de uma forma geral”, afirmou Attiê.

 

O assunto é amplo e deve continuar sendo discutido em outras oportunidades. O presidente Cícero Novaes colocou a entidade à disposição para ajudar a melhorar o sistema existente e ampliar a segurança efetiva da população em geral e da classe empresarial no município.

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