Pesquisa da Manhattan Associates mostra que consumidores já deixaram de finalizar uma transação por conta da taxa de entrega
Na hora de fazer uma compra o consumidor geralmente busca aliar a qualidade do produto ao preço mais em conta. Tanto que muitos clientes de lojas físicas têm migrado para as compras online, onde em muitas oportunidades encontram o mesmo produto, mas com um custo que cabe melhor no bolso. Mas você sabia que muita gente está deixando de comprar também no mundo virtual? Isso porque o custo elevado do frete tem feito muitas pessoas deixarem o produto no “carrinho” do site, sem finalizar a compra. E a consequência disso é preocupante. Tanto que o prejuízo para o comércio digital pode chegar a até R$ 11,8 bilhões, de acordo com um levantamento da Manhattan Associates.
A pesquisa aponta que 74% dos brasileiros já desistiram de comprar online quando, ao finalizar a transação, se depararam com um taxa de entrega elevada. Analisando as desistências, foi possível identificar que cada compra cancelada tinha tíquete médio de R$ 331. Só não foi possível precisar se o consumidor realmente desistiu de comprar o produto, ou se acabou migrando para algum concorrente direto também do setor de comércio virtual, o que faz com que a venda possa ter ficado no e-commerce.
Observando o cenário ponderado na pesquisa é uma realidade atual, mas também uma tendência de mercado para os próximos anos. Isso porque o custo do frete tem aumentado consideravelmente e de forma gradativa. Segundo a Ebit, o índice já está cerca de 16,5% maior em 2017, quando comparado a 2016.
O cenário ponderado na pesquisa aponta uma realidade atual, mas também uma tendência de mercado para os próximos anos. Isso porque o custo do frete tem aumentado consideravelmente e de forma gradativa. Segundo a Ebit, o índice já está 16,5% maior em 2017, quando comparado a 2016. E esse percentual deverá ser ainda maior em 2018 por diversos fatores, como aumento no preço dos combustíveis, seguros demasiadamente caros para transporte rodoviário, grande registro de roubos de carga, alto custo de manutenção dos veículos, entre outros motivos.
A desistência da compra por conta do frete alto mostra uma insatisfação do cliente, diante do valor agregado ao produto final. Mas isso se deve a um aspecto importante: quando o e-commerce foi implantado no Brasil, nos anos 1990, os grandes varejistas ofereciam “frete grátis” para praticamente todas as compras. E isso acostumou o consumidor, que considerava a oferta como um bom custo-benefício daquele produto.
Mas alguém tem que pagar a conta, que antes era absorvida pela rede varejista.
No entanto algumas redes já estão de olho em práticas diferentes das atuais, para reduzir o preço da entrega. Uma delas é vender online, mas oferecer retirada do produto na loja física. Outra, é iniciar o frete do produto a parte das próprias lojas da rede e não do centro de distribuição.
O estudo da Manhattan Associates também aponta que além do custo do frete, o prazo de entrega é um fator decisivo para o consumidor. De acordo com o resultado da pesquisa, 63,4% dos brasileiros já abandonaram o “carrinho virtual” porque a previsão de entrega era para uma data distante. O levantamento mostra ainda que 57,3% dos consumidores decidiram parar de utilizar uma loja por compras perdidas ou atrasadas.
A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Uberlândia entende que é o consumidor que define onde e como vai comprar um determinado produto. E que o preço do frete precisa ser levado em consideração do ponto de vista empresarial, afinal, não é possível entregar um bem sem custo algum. O produto que está estocado em um centro de distribuição gera custos operacionais até chegar ao consumidor final.
De toda forma, é importante que os grandes varejistas consigam absorver os principais custos da operação para não impactar de forma excessiva o preço final da mercadoria. Vale ressaltar que R$ 11,8 bilhões é um prejuízo exorbitante e que poderia ser evitado, caso a entrega estivesse dentro do esperado pelo cliente.
A relação consumidor-fornecedor sempre será uma vertente bilateral. É preciso oferecer o que o cliente quer, a um preço condizente com o valor agregado, mas de forma que ele esteja disposto a pagar.