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Congresso se articula para aumentar Fundo Partidário para R$ 3,8 bilhões

A verba pública que em 2018 equivalia à R$1,7 bilhão, mais que dobrará para cobrir os gastos das próximas eleições municipais, se o valor for aprovado em relatório final pela Comissão Mista de Orçamento e confirmado no plenário do Congresso.

13 de dezembro de 2019

Negócio promissor no Brasil é a política. No país da impunidade é repugnante, embora não surpreendente, que o Legislativo proponha um aumento de R$ 3,8 bilhões de Fundo Partidário.

A verba pública que em 2018 equivalia à R$1,7 bilhão, mais que dobrará para cobrir os gastos das próximas eleições municipais, se o valor for aprovado em relatório final pela Comissão Mista de Orçamento e confirmado no plenário do Congresso.

Esse absurdo foi apoiado por 23 deputados de 13 partidos (PT, PSDB, MDB, PSL, PSD, Solidariedade, DEM, Republicanos, PSB, PDT, PTB, PP e PL). Quase R$ 500 milhões serão destinados para cada uma das duas siglas oponentes de maior bancada: o PSL e o PT.

Da direita para a esquerda, o oportunismo impera em todos os lados. Enquanto o cidadão brasileiro participa de debates acalorados para defender posicionamentos políticos, suas bandeiras ideológicas se unem pelo interesse comum de legislar em causa própria.

Para arcar com esse aumento, recursos essenciais para a sociedade serão cortados. Cerca de R$500 milhões na área da saúde, R$380 milhões em infraestrutura e desenvolvimento regional, incluindo obras de habitação e saneamento, e R$ 280 milhões na educação.

Dos 35 partidos registrados no país, o partido Novo é o único que não faz uso dos recursos do fundo para suas campanhas. Transparência necessária e benéfica para a sociedade.

O presidente Jair Bolsonaro já sinalizou a intenção de vetar o aumento e novas articulações dentro do Congresso tentam um acordo para retomar a proposta inicial do Governo de R$2 bilhões.

Nos faltam adjetivos para classificar um golpe tão baixo contra o povo brasileiro. Usar o dinheiro público para financiar a fábrica de partidos políticos que se tornou o Brasil apenas reafirma o quão lucrativo é o negócio da política brasileira.

Hoje não existe um órgão fiscalizador e uma prestação de contas que garantam a destinação legal do dinheiro. Verdadeiras fortunas saem do bolso do contribuinte para bancar propagandas eleitorais, comícios, pesquisas de intenção e até mesmo compra de votos e caixa dois.

Financiar campanhas eleitorais com o dinheiro público é um ataque à democracia brasileira. Essa é a velha cara da nova política. Nada novo sob o Sol.

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