O setor de comércio em Minas Gerais cresceu acima da média nacional em abril deste ano, de acordo com levantamento divulgado nesta quinta-feira (13/6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). No estado, o avanço foi de 1,3%, ante aos 0,9% observados em todo o país.
De acordo com o levantamento, nos últimos 12 meses foram 10 taxas positivas e duas negativas, evidenciando tendência de crescimento do setor. Entretanto, no acumulado do ano (em relação ao ano anterior), Minas Gerais cresceu 4,7%, enquanto o incremento no País foi de 4,9%, no mesmo período.
O economista do IBGE, Daniel Dutra, mesmo sem poder fazer uma previsão, acredita que, de forma geral, a expectativa é que o comércio continue em um ambiente favorável. “Do ponto de vista histórico, são várias altas positivas em sequência, o que demonstra que o setor de comércio varejista apresenta tendência de, no mínimo, crescimento”, avaliou.
Em Minas Gerais, a atividade de Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que representa mais de 50% da pesquisa, obteve um recuo após vários meses de alta (no indicador mês sobre mesmo mês do ano anterior). “Mesmo com a ligeira queda, da ordem -0,1%, o setor alimentício vem sustentando o incremento nestes últimos meses. Por outro lado, a atividade de Móveis e Eletrodomésticos teve um avanço após dois meses no negativo. E como a inflação não está tão alta, as pessoas continuam consumindo”, explicou.
Atividades avançam no comércio de Minas Gerais
No comércio varejista mineiro, cinco das oito atividades investigadas apresentaram avanço na comparação com o mesmo mês do ano anterior, com destaque para Equipamentos e Materiais de escritório (132,1%) e Móveis e Eletrodomésticos (8,3%).
De acordo com a economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio-MG), Gabriela Martins, o comércio varejista vem se recuperando gradativamente desde o período pandêmico. “Com isso, hoje podemos ver influências positivas com a redução da inflação em abril em relação a março. Crédito para pessoa física adquirir veículos, elevação na massa de rendimento de 1,1% e o crescimento de pessoas ocupadas são fatores que geraram o impacto positivo para o comércio”, disse.
A atividade comercial de Combustíveis e Lubrificantes apresentou recuos sucessivos, embora em abril a redução tenha sido a menor dos últimos três meses, da ordem de 6,6%. No comércio varejista ampliado, Veículos, motocicletas, partes e peças foi o principal destaque positivo, com 37,5% de crescimento.
Mesmo com a tendência ainda incerta, Gabriela Martins mantém as expectativas positivas. “Apesar dos juros se mantendo altos, ainda temos boas expectativas para o segundo semestre, que costuma ser melhor que o primeiro. Pois, as pessoas tendem a gastar mais, uma vez que a renda é mais comprometida no primeiro semestre com as despesas do início do ano”, ponderou.
O economista-chefe do BDMG, Izak Carlos da Silva, por sua vez, destacou o desempenho do setor de equipamentos e materiais de tecnologia da informática e comunicação em Minas, que teve alta de 97,5% no primeiro quadrimestre de 2024. No País, a alta foi mais tímida, de 3,5%.
De acordo com ele, o aumento da compra de celulares, computadores e itens importados está atrelado à recente desvalorização cambial. “Esse resultado foi puxado pela redução da taxa básica de juros e pela desvalorização cambial, associado aos incentivos à inovação. Esperamos que este setor continue performando bem, assim como os hipermercados e supermercados que estão associados ao consumo das famílias”, afirmou.
Um ponto que vale ser destacado é que todas as Unidades da Federação (UFs) apresentaram indicadores positivos se comparados com o mesmo período do ano anterior (janeiro a abril), o que demonstra crescimento da atividade comercial em todo o Brasil.
Com informações do Diário do Comércio