Representantes do comércio dos bairros Martins e Osvaldo Rezende, no setor central de Uberlândia, se reuniram, no dia 6 de agosto, com o secretário municipal de Trânsito e Transporte, Alexandre Andrade, para reivindicar a instalação do sistema rotativo de estacionamento na região. O pedido da classe se deve à dificuldade que os clientes encontram em estacionar na via pública, o que prejudica os comerciantes. O chefe da pasta se comprometeu a apresentar em dez dias um estudo para a implantação da Zona Azul nas Avenidas Fernando Vilela, Belo Horizonte e Vasconcelos Costa, e o início do funcionamento do sistema no começo de dezembro deste ano.
“Primeiro, precisamos realizar todas as adequações neste novo sistema de parquímetro, para depois expandir a Zona Azul. Mas, vamos, junto com os comerciantes, estudar essas três avenidas”, afirmou Andrade. “Queremos que já esteja funcionando no período de compras do Natal para beneficiar lojistas e consumidores”, disse.
Segundo o assessor de relacionamento da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Uberlândia, Ronaldo Pereira Borges, que intermediou o encontro, a instalação da Zona Azul nos bairros Martins e Osvaldo Rezende vai fortalecer o comércio da região. “Vai democratizar o acesso às vagas na via pública e melhorar o movimento no comércio. Essa é uma preocupação da CDL e uma demanda dos próprios lojistas.”
A reportagem do CORREIO de Uberlândia circulou nas três avenidas onde há o requerimento para instalação da Zona Azul percorrendo os espaços entre as Avenidas Marcos de Freitas Costa e João Pessoa. Foi verificado que as dificuldades de estacionar na Avenida Fernando Vilela estão entre a Praça Sérgio Pacheco e a Rua Padre Pio. Na Avenida Belo Horizonte, o problema é maior entre a Travessa Canápolis e a Avenida João Pessoa. Na Avenida Vasconcelos, a falta de vagas começa na Rua Alfredo Júlio e se estende até a Avenida João Pessoa. A demora em estacionar nessas três vias varia de 15 a 25 minutos, dependendo da localidade.
Uma nova fase de implantação da Zona Azul, que consiste na ampliação do sistema e não tem data prevista para início, já previa contemplar os bairros Brasil, Martins, Santa Mônica, Tibery, Bom Jesus e Umuarama.
Benefício a comerciantes e consumidores
A instalação da Zona Azul nas Avenidas Fernando Vilela, Belo Horizonte e Vasconcelos Costa vai beneficiar todo o comércio e os consumidores, de acordo com o empresário Antônio Carlos Brito dos Santos, que tem uma loja de calçados na Avenida Fernando Vilela.
“Nos últimos três anos, a dificuldade de encontrar estacionamento por aqui se agravou. Tem clientes que não vêm até nós por causa desse problema. Outros rodam procurando estacionamento, acabam parando nos privados e reclamam da falta de vagas. E tem os que até desistem por não encontrar local para parar”, disse Antônio dos Santos.
O proprietário de um grupo de lojas de moda masculina em Uberlândia, com unidades no Centro e no bairro Martins, setor central, Cleomar Santos vê o exemplo da Zona Azul no Centro com otimismo. Ele disse acreditar que será vantajoso para o comércio dos bairros Martins e Osvaldo Rezende ter o estacionamento rotativo.
“A situação de estacionamento na região do Martins já estava difícil, mas piorou porque é uma ‘rota de fuga’ para o pessoal que trabalha no Centro e quer fugir do rotativo. Então, as vagas ficam ocupadas por uma mesma pessoa de 8h às 18h. E assim, o comércio perde oportunidades”, afirmou Cleomar Santos.
Questionamentos
Durante a reunião entres os comerciantes dos bairros Martins e Osvaldo Rezende e o secretário municipal de Trânsito e Transporte, Alexandre Andrade, intermediada pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Uberlândia, os empresários questionaram a Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte (Settran) sobre o corredor de ônibus do setor oeste, cujo estudo prevê um espaço exclusivo para o transporte coletivo na Avenida Fernando Vilela. Segundo o assessor de relacionamento da CDL de Uberlândia, Ronaldo Pereira Borges, os lojistas têm muitas dúvidas sobre o projeto.
“O pessoal está sem saber se vão tirar os estacionamentos, onde serão as estações de embarque e desembarque e como vai funcionar essa implantação”, afirmou Borges. “Os comerciantes estão divididos quanto aos benefícios. Alguns acham que vão perder cliente porque deve ter menos estacionamentos. Outros acreditam que, com o acesso melhorado do transporte público, a clientela pode aumentar”, disse.
No encontro, Andrade ficou de avaliar essa nova demanda e, posteriormente, fazer uma apresentação detalhada sobre a implantação do corredor oeste. Ainda disse que vai estudar a possibilidade de migrar o corredor para a Rua Engenheiro Diniz.
Fonte: Jornal Correio