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CDL participa de encontro com grandes nomes do mercado financeiro e do varejo

O evento reuniu empresários e diretores de crédito e de cobrança de empresas nacionais de grande e médio porte para debater temas como inovações no varejo, tendências do mercado de crédito, inteligência de dados, open finance e o cenário econômico do país.

5 de maio de 2023

Na última quarta-feira, a superintendente da CDL Uberlândia, Lécia Queiroz, e a gerente de Soluções e Negócios, Renata Barbosa, participaram do Encontro de Clientes Estratégicos, promovido pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em São Paulo.

O evento reuniu empresários e diretores de crédito e de cobrança de empresas nacionais de grande e médio porte para debater temas como inovações no varejo, tendências do mercado de crédito, inteligência de dados, open finance e o cenário econômico do país.

O destaque do encontro foi o lançamento da plataforma SPC Lab, tecnologia que permite as empresas criarem modelos personalizados, com base nas metodologias mais avançadas de modelagem, e usar os dados do birô de crédito, bem como da própria empresa, para formatar projetos sob medida para os mais variados desafios de negócio.

Cenário econômico

O economista-chefe da XP Investimentos, Caio Megale, esteve no evento e acertou qual seria a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom): manutenção da taxa Selic – juros básicos da economia – em 13,75% ao ano.

“A inflação vai entrar nos eixos gradativamente no mundo todo, e no Brasil, isso vai abrir espaço para o Banco Central começar a cortar os juros, gradativamente, a partir do segundo semestre. Ainda mantém os juros em 13,75% até junho, depois disso começa a sinalizar um corte e vai recuando. Em agosto, deve cortar 0,25”, cravou Caio Megale.

No mercado de crédito brasileiro, há uma pequena desaceleração, um movimento natural, dada a alta de juros e outros fatores, como o caso das Lojas Americanas. Quando separados os créditos destinados para pessoa física (PF) e pessoa jurídica (PJ), o primeiro ainda está relativamente positivo e o de PJ está começando a cair mais fortemente.

Com relação ao novo arcabouço fiscal e a tentativa do governo de corrigir o crescimento dos gastos públicos, o economista avalia a iniciativa como positiva, mas tem dúvidas se realmente a arrecadação irá subir o necessário, fator fundamental para dar sustentabilidade ao projeto.

O aumento da inadimplência também deve fazer com que, este ano, o crescimento do PIB seja mais baixo, perto de 1,5%. Para Megale, este também será o resultado do PIB em 2024, apesar de todo o cenário internacional favorável ao país.

“Na nossa avaliação, o grosso disso é juros altos. E se é uma resposta aos juros altos, então, está ótimo, porque estamos induzindo a desaceleração necessária. Isso significa que mais adiante vem o corte de juros para reequilibrar. Parece-me que é o ciclo normal do crédito, alinhado com o que está acontecendo no resto do mundo”, afirmou o Caio Megale.

O futuro do mercado de crédito

João André Pereira, chefe do Departamento de Regulação do Sistema Financeiro do Banco Central do Brasil (BCB), e Elias Sfeir, presidente da Associação Nacional dos Bureaus de Crédito (ANBC) trouxeram importantes contribuições sobre o futuro do mercado brasileiro de crédito.

De acordo com o presidente da ANBC, atualmente, o Cadastro Positivo (CP) tem 140,2 milhões de registros, sendo que 95% são pessoas físicas. Aproximadamente, 60% dos usuários recorreram, mais de uma vez, aos serviços desta modalidade de análise de crédito.

Na busca por aumentar a capilaridade do CP, a ANBC e o BCB estão assinando convênio, que concederá para o Cadastro Positivo acesso ao Sistema de Informações de Crédito (SCR), que conta com quase 1,2 mil fontes de informações e dados de crédito. Um aumento significativo no volume de informações, já que atualmente, o CP tem cerca de 170 bases de dados conveniadas.

Apesar do fortalecimento e importância do Cadastro Positivo para o mercado de análise de crédito, o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Júnior, lembrou que os cadastros Negativo e Positivo se complementam. “Toda a nossa indústria de birôs acreditava que haveriam dois produtos: um banco de dados positivo e outro negativo. Mas com o tempo, vimos que não era assim, e hoje os nossos produtos contemplam as duas bases, prática que alavanca negócios, com a democratização do crédito”, detalhou Pellizzaro Jr.

Compre agora, pague depois

Sem crédito, as vendas dos varejistas ficam prejudicadas. É o que afirmaram os participantes do painel “Inovação vem do varejo: compre agora, pague depois”. Os especialistas discutiram como a concessão e as estratégias de crédito são essenciais para os negócios do setor obterem resultados positivos. Neste cenário, o famoso crediário tem ganhado relevância.

A Havan vê no crédito uma das melhores estratégias para conquistar e fidelizar clientes. Patricia Christiano, que representou a rede varejista no evento do SPC Brasil, explicou que, hoje, o score do cliente já não é suficiente para a concessão de crédito. Por isso, cada loja precisa se adequar à realidade local, a fim de definir o crédito certo para a clientela daquela área de atuação.

Sandra Vieira, do Grupo Muffato – rede de supermercados –, disse que o seu ramo de negócio exige diferentes estratégias de oferta de crédito para o consumidor. “As classes mais altas querem desconto e as classes mais baixas querem prazo. Então, precisamos nos adequar para atender o adimplente e o inadimplente”, contou.

Virgínia Moreira, da Zema Financeira, observou que a concessão de crédito para o cliente é uma ferramenta essencial para que as vendas ocorram. “Varejo sem crédito não existe, seja para aumentar a condição de venda, seja para alcançar melhores resultados”, analisou.

Virgínia lembrou ainda que estratégias de crédito exigem investimento em tecnologia, para uma boa coleta e análise dos dados, bem como transparência e gerenciamento. Além disso, parcerias com os birôs de crédito também são importantes para o empreendedor conhecer bem o seu consumidor, inclusive, a Zema Financeira alimenta o Cadastro Positivos com dados de seus clientes.

O evento contou ainda com a participação de Edivaldo Albino da Silva, superintendente de Políticas de Crédito do BMG; Marc Lahoud, fundador e CEO da QueroQuitar; Keka Ferrari, gerente de Open Finance Regulatório no Banco do Brasil (BB).

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