Opinião:
O fim da contribuição sindical obrigatória foi uma das grandes conquistas da Reforma Trabalhista, responsável por desconstruir o sistema sindical, que dominava o país e lhe custava mais de R$ 3 bilhões por ano.
A partir da isenção desse “imposto”, o trabalhador que não reconhecia a atuação sindical, se viu livre de ter que cooperar com entidades que não o representavam.
Hoje, já são menos três milhões de trabalhadores sindicalizados, segundo o IBGE. Essa brusca queda só reforçou a imagem corrompida de associações fortemente politizadas e comprometidas apenas com a manutenção de seus privilégios.
Em vez de repensar formas de atuação com soluções de valor e ideologias que aproximem o associado, como faz a CDL, grande parte dos sindicatos preferem recorrer ao Judiciário para resgatar os tempos de bonança.
Em 2019, lideranças sindicais apresentaram uma proposta de emenda à Constituição que defendia a volta do imposto sindical e a criação de um Conselho Nacional de Organização Sindical com força legislativa para deliberar acerca das formas de financiamento sindical. Sem força popular, felizmente a PEC foi devolvida ao autor por falta de assinaturas, mas as pressões e articulações para a retomada da pauta continuam…
Nem mesmo a pandemia e seus efeitos sobre a economia foram capazes de barrar as artimanhas sindicais. Diversas empresas que aderiram ao programa de redução de salário e jornada e suspensão de contratos receberam cobranças ilegais de até R$ 240 por funcionário para que os acordos fossem autorizados.
Infelizmente, a atuação sindical no Brasil hoje não é reconhecida por lutas legítimas em prol dos direitos de empregados e empregadores. E enquanto essa não for a real função do movimento, sua sobrevivência está condenada.