Uma comissão especial criada pela Câmara dos Deputados planeja alterar o Estatuto do Idoso para autorizar reajustes de valores nos planos de saúde de usuários acima de 60 anos, prática que hoje é proibida por lei.
Se aprovada, a mudança na Lei 10.741, deixará evidente o total desrespeito ao direito fundamental à saúde da pessoa idosa.
Além de inconstitucional, é imoral qualquer tentativa de onerar trabalhadores que pagaram pelo serviço por grande parte de suas vidas, mesmo utilizando pouco e, agora, são penalizados por sua idade, como se velhice fosse sinônimo de doença e prejuízos financeiros.
É incabível que o envelhecimento seja um requisito para elevação de custos, sobretudo quando a expectativa de vida brasileira só aumenta e os nossos idosos seguem ativos, trabalhando e pagando impostos.
Em um país onde aposentadoria não garante qualidade de vida, a inflação alcança níveis recordes e a crise econômica tira o sustento de milhares de famílias, as mensalidades ficarão impagáveis e o serviço inacessível.
O Estatuto do Idoso estabelece que nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão, mesmo assim, milhares deles serão desassistidos e terão que recorrer ao SUS, enquanto os nobres parlamentares continuarão recebendo assistência médica gratuita e ilimitada, às custas do contribuinte.
Infelizmente, tudo indica que boa parte do Congresso está mais preocupada em participar de um lobby que cresce de forma vertiginosa dentro da casa, que buscar meios para impedir as artimanhas das operadoras de saúde e fortalecer o SUS para que todos possam ser cuidados na velhice com dignidade e respeito. Vidas não se negociam…