O que realmente temos que considerar sobre a região amazônica? Em primeiro lugar, de quem é a Amazônia? Na essência é do povo brasileiro.
A União seria responsável por sua conservação e gerenciamento, como dirigente nomeada, e seus recursos minerais, sujeitos à lei específica restritiva e com possibilidade de serem explorados por empresas competentes e com técnicas que garantissem a sua preservação.
Este tipo de associação entre as mineradoras e a propriedade do “povo brasileiro”, geraria lucros e o quinhão que coubesse ao Brasil, deveria ser usado em benefício da população do país, como o fazem com os impostos recolhidos.
Em 2006 foi idealizado um projeto para provar a importância da floresta para a nação brasileira e começou entre o aviador Gérard Moss, com seu monomotor, o professor Antônio Donato Nobre, ligado ao INPE, e o professor Marcelo Moreira, do CENA, que projetou um equipamento para coletar amostras de vapor d’água em pleno voo.
Desta união, resultou um trabalho que demonstrou a teoria dos “rios voadores da Amazônia”. O projeto mostrou que as águas do oceano Atlântico do norte do Brasil que caem em forma de chuva sobre a floresta amazônica, provocam um processo de evapotranspiração das árvores e formam grandes quantidades de vapor d´água, transportados como nuvens no sentido da Cordilheira dos Andes.
O volume desta massa de água em estado gasoso é de 200000m³ por segundo, tendo a mesma vazão do rio Amazonas. Esta imensa abundância de vapor transportado, acaba caindo em forma de chuva nas fraldas da cordilheira e garante a formação das águas das nascentes do rio Amazonas e o excedente é desviado para o Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil, devido a barreira formada pelas montanhas que atingem 4000m de altura.
Sendo assim, todo o regime pluviométrico das regiões citadas, dependem da preservação do bioma amazônico.
As regiões do cerrado brasileiro, que tiveram sua flora e fauna praticamente destruídas e transformadas em plantações, apesar de importantes para a garantia alimentar, poderiam ter sido planejadas para intercalar vegetação nativa interconectadas e áreas agrícolas, como se fosse um tabuleiro de xadrez. Esta solução teria evitado não só a destruição deste bioma, cujas plantas tinham a propriedade de manter uma qualidade climática amena com umidade, como também a preservação das espécies.
Hoje, quem habita essas zonas, que tinham um clima relativamente ameno e úmido, com chuvas em estações bem definidas, sofre com um calor excessivo, baixa umidade e falta de chuva, que acaba influindo negativamente na saúde e na produtividade de seus moradores.
Segundo o INPE, o excesso de queimadas na Amazônia, na zona do Cerrado e em outras regiões brasileiras em 2019, já superou em 95% as de 2018, número absurdo para quaisquer padrões.
A quem interessa esta situação contínua e calamitosa que, pela lei brasileira, pode dar ao indivíduo que põe fogo de 2 a 4 anos de reclusão?
Acreditamos que para muita gente interessada em oportunismos, ilegalidades e sonhos de ganhos fáceis. Entre eles estão: grileiros, garimpeiros, madeireiros, fazendeiros, algumas corporações disfarçadas de ONGs, políticos e interessados em terrorismo doméstico.
Esses tipos de crimes, queimadas, desmatamento e destruição do meio ambiente, não são apurados ou são difíceis de identificar quem os praticou. Normalmente, ninguém acaba preso e as multas emitidas, que já somam mais de 400 milhões de reais, não são pagas.
No Congresso, a grilagem de terras federais protegidas pela Constituição, que nada mais é do que roubo, é tratada com o eufemismo de “regularização fundiária”, que transformada em lei, anistia a todos os criminosos e lhes dá a posse da terra.
A população de toda a região amazônica não passa de 20 milhões, menos de 10% de todos os habitantes do Brasil. A Zona Franca de Manaus, com sua política de isenções e subsídios pagos pelos 90% de todos os brasileiros, não conseguiu atrair um grande número de pessoas dos estados do Sul, Sudeste e Nordeste, como se pretendia e o desnível social da população de baixa renda nunca foi tão alto.
Qual é o motivo de se manter esta política, que não tem nada a ver com patriotismo? Por que foram criados os estados de Roraima e Amapá? Por que esta região precisa de 21 senadores, quando as demais têm 51? Por que a insistência da Câmara e, agora do Senado, em aprovar projetos de lei, permitindo a venda de terras brasileiras para estrangeiros? A população está ciente de que isto é proibido pela Constituição e existe motivo.
Se um morador de um país adquire propriedade legalmente em outro, pagando os impostos sobre o que produz, tem direito de fazer o que quiser com a sua produção. O direito internacional garante este procedimento.
Sabemos que em 30 anos, o excesso de população mundial e os problemas climáticos, produzirão uma grande insegurança alimentar em vários países, que têm um grande poder bélico e acabarão por apoiar o direito de seus habitantes, de enviarem os grãos produzidos em terras de suas propriedades no Brasil.
Este assunto é um problema de segurança nacional e esta ação deve ser combatida com veemência.
Quando vemos 150 países, incluindo o Brasil, protestando contra a falta de combate às mudanças climáticas, não podemos permitir que problemas de nossa responsabilidade, como os citados, ocorra por falta de prevenção, fiscalização, repressão, punição exemplar e cobrança de devolução imediata de terras griladas. Vale ressaltar que os governadores do Norte são contrários a esta última medida, tendo solicitado ao governo a regularização da posse de 420 mil famílias de grileiros.
Estamos cansados destes crimes rotineiros, que acabam sem solução e sempre com a bandeira do “problema social”. Políticas sociais são necessárias, mas nada tem a ver com apropriações, transgressões ou delitos.
Vamos nos posicionar e cobrar o que é certo, afinal o Brasil é nosso.
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