Um dos grandes obstáculos para o desenvolvimento das micro e pequenas empresas são as taxas abusivas praticadas pelo oligopólio dos bancos. As altas margens financeiras aplicadas sobre linhas de créditos, inviabilizam qualquer tipo de investimento do empresário no seu negócio. Mas essa realidade pode mudar em breve.
Além do avanço das Fintechs, startups que oferecem serviços financeiros com processos baseados em tecnologia, os bancos tradicionais têm novos concorrentes à vista: as grandes redes varejistas.
Grupos como Magazine Luiza, Carrefour e Via Varejo enxergaram na facilidade dos pagamentos móveis, grandes possibilidades de nova atuação por meio de serviços financeiros digitais.
A Via Varejo por exemplo, pretende desenvolver uma plataforma para que clientes possam pagar por smartphones os carnês das Casas Bahia, além de liquidarem outros boletos ou fazerem recargas de créditos para celulares e cartão de transporte público. A empresa não descarta oferecer futuramente serviços de seguros e linhas de crédito.
Já o Magazine Luíza lança no próximo mês, um sistema de antecipação de recebíveis para lojistas que utilizam o shopping virtual da rede, que também pretende oferecer contas digitais com serviços financeiros para usuários do seu cartão de crédito.
O Carrefour também participa desse processo de transformação digital por meio do projeto-piloto Carrefour Pay, um aplicativo para pagamento móvel que começa a rodar ainda este ano em postos de combustível e lojas do grupo.
O MercadoLivre, uma das maiores plataformas de compra e venda da Internet, já está cadastrando lojas físicas em seu sistema para que clientes possam comprar via QR Code, além de oferecer crédito a lojistas. Desde o início do ano já foram liberados mais de R$600 milhões.
A abertura da concorrência entre instituições financeiras aumenta a qualidade desses serviços e ameaça o atual controle dos grandes bancos e suas arbitrárias estratégias comerciais. “O Estado precisa entender que aliviar as obrigações fiscais e facilitar o crédito com juros baixos para as pequenas e médias empresas é fundamental para a criação de empregos, melhoria de renda, equilíbrio fiscal e social”, opina o presidente da CDL Uberlândia, Cícero Heraldo Novaes
Para os consumidores, comodidade e menos filas de espera. Para empresários, um novo fôlego para o negócio, que pode recorrer a serviços mais acessíveis e menos burocráticos.