A automação está revolucionando o mercado de trabalho.
No Brasil, mais da metade dos empregos formais e informais (58,1%) serão substituídos nas próximas décadas, por tecnologias avançadas, capazes de realizar atividades diversas. É o que aponta a pesquisa desenvolvida pela consultoria IDados, com base no cruzamento de dados de um estudo da Universidade de Oxford e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Contínua do IBGE.
Segundo o levantamento, as ocupações com alta probabilidade de extinção são aquelas repetitivas que dispensam habilidades como, originalidade, criatividade e relações socioemocionais. Entre as funções citadas no estudo estão os condutores de automóveis, caixas bancários e entrevistadores de pesquisa.
Já as atividades com baixa taxa de risco representam apenas 22,8% dos empregos existentes no Brasil e são geralmente associadas às competências interpessoais que robôs não conseguem desenvolver. São funções que requerem empatia, cuidado e interpretação subjetiva, como cargos gerenciais, psicólogos, diretores de criação ou babás.
Um olhar superficial sobre o tema ilustra um cenário pessimista e equivocado, todavia, a capacidade da máquina não vai apenas substituir postos de trabalho, mas abrir outros.
A inteligência artificial é uma realidade inevitável que afetará exponencialmente todos os setores da economia, mas a grande questão é: nosso capital humano está preparado para as novas demandas e os novos tipos de trabalho?
Enquanto as grandes organizações viabilizam entregas por meio de drones e adotam chatbots dentro de suas lojas, o mercado está carente de profissionais nas áreas de cibersegurança, programação ou big data.
As novas funções exigirão conhecimento e raciocínio cognitivo; habilidades soft skills e inovação. O sistema de educação tradicional não incentiva o desenvolvimento dessas competências, por isso, países com baixo nível educacional serão os mais afetados pelo desemprego tecnológico.
A economia, a educação e as relações de trabalho sofrerão drásticas mudanças com a ascensão dos robôs, porém o fator humano continuará sendo imprescindível no futuro. O sistema de ensino terá que trabalhar novas metodologias e conteúdos visando capacitar talentos para essa realidade. Já os profissionais que estão na ativa, precisam investir constantemente em cursos e treinamentos para reciclar seus conhecimentos. Adaptação e especialização são essenciais nessa evolução.