Nas próximas semanas, o governo deve anunciar a recriação do extinto Ministério do Emprego e Trabalho.
A pasta, que havia sido incorporada ao Ministério da Economia em 2019, será novamente desmembrada para acomodar aliados políticos.
No início do mandato, o Executivo defendeu a centralização das áreas da Fazenda, Previdência, Trabalho, Planejamento, Indústria e Comércio Exterior dentro do Ministério da Economia com a justificativa de conter gastos. Segundo o próprio ministro Paulo Guedes, a junção foi responsável por uma redução de 5 bilhões ao ano.
Infelizmente, a reforma ministerial proposta por Bolsonaro não nos parece uma preocupação genuína com empregados e empregadores, mas uma articulação típica da velha política para garantir o apoio do Centrão.
Neste momento de grave fragilidade econômica, o Brasil precisa criar mais empregos e para isto, necessita simplificar e modernizar suas relações trabalhistas, reduzir a morosidade e a insegurança jurídica, diminuir o volume e o valor dos impostos e a burocracia, atrair investidores, privatizar o que não funciona e enxugar o Estado.
Recriar novamente a estrutura de um ministério “embalado de boas intenções” a fim de obter cargos e poder para negociar com partidos é uma estratégia duvidosa, se a intenção for conquistar um segundo mandato, afinal, no fim das contas quem vota é o povo.