Essa semana os contribuintes terão mais um aumento pela frente. O novo desafio financeiro são os combustíveis, que sofreram um reajuste em todo o país de R$ 0,10 por litro de gasolina e R$ 0,06 por litro no diesel.
A decisão, tomada em outubro do ano passado pelas gestões estaduais que compõem o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), decorre da elevação da alíquota do ICMS, tributo estadual que incide sobre circulação de mercadorias e prestação de serviços.
Para agravar o cenário, a Petrobrás também anunciou na última sexta-feira (31), um aumento de R$ 0,22 no preço do litro do diesel para distribuidoras. A justificativa da companhia seria uma defasagem do preço nacional em relação ao internacional.
O que nos aguarda não é novidade, afinal, sempre que o valor do combustível sobe, há um efeito cascata que penaliza especialmente aqueles que mais dependem do transporte público e do frete para o acesso a bens e serviços essenciais, incluindo alimentos.
O aumento progressivo de impostos como instrumento para restaurar o equilíbrio fiscal é uma piada de mau gosto. Se por um lado o governo fecha o ano com arrecadação recorde de R$ 2,65 trilhões, do outro, o brasileiro trabalha 149 dias do ano para pagar impostos.
Essa alta dos combustíveis não é um fato isolado, mas um sintoma de um sistema tributário disfuncional e de uma gestão econômica que prioriza a arrecadação em detrimento do bem-estar da população. Sem um compromisso real com a eficiência do gasto público e a redução da carga tributária, o trabalhador brasileiro continuará pagando a conta de uma máquina estatal inchada e ineficiente. A solução passa por um modelo econômico mais equilibrado, que favoreça o crescimento sem sufocar quem produz e consome.