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Apenas 16% dos consumidores das classes C, D e E conseguiram poupar em fevereiro - CDL Uberlândia

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Apenas 16% dos consumidores das classes C, D e E conseguiram poupar em fevereiro

19 de abril de 2017

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Com o Brasil ainda em recessão, os consumidores ainda não estão conseguindo poupar dinheiro em 2017. O Indicador de Reserva Financeira, calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostra que 20% dos consumidores guardaram alguma quantia em fevereiro – dentre as classes A e B essa proporção foi maior, de 34%. Já nas classes C, D e E, apenas 16% conseguiram poupar.

O Indicador mostra que a quantidade de consumidores que dizem não ter guardado compõe a grande maioria: nas classes A e B, 62% não conseguiram poupar em fevereiro. Quando se considera as classes C, D e E, o número sobe para 78%. No total, 74% não conseguiram poupar – no mês anterior, o percentual fora de 80%, uma diferença de 6 pontos percentuais.

Em média, aqueles que conseguiram poupar guardaram R$ 414 em fevereiro, sendo que, os consumidores das classes A e B pouparam, em média, R$ 588 enquanto os das classes C, D e E pouparam R$ 323. “A significante diferença entre os estratos de renda reflete o fato de que, entre os que ganham menos, os gastos básicos tomam uma parte maior do orçamento, deixando pouca margem para a poupança”, explica Roque Pellizzaro, presidente do SPC Brasil.

Renda baixa é principal motivo para não poupar

Entre os consumidores que não pouparam em fevereiro, a principal justificativa foi a renda baixa, mencionada por 46% dos entrevistados. Os imprevistos também se destacaram, citados por 13% e outros 13% disseram estar sem renda no momento. Além destes motivos, 8% citaram o fato de não conseguirem controlar os gastos; 7% a falta de disciplina e 4% disseram que gostam de aproveitar o presente e que guardar dinheiro não é sua prioridade.

“A renda é, de fato, algo que limita a capacidade de poupança do brasileiro, mas o valor a ser poupado não precisa ser elevado”, afirma a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti. “Aos consumidores de menor renda, mais importante que o valor poupado é o hábito de poupar, que inibe o mau comportamento de gastar mais do que se ganha”, diz Kawauti. “Por outro lado, a mencionada falta de controle e disciplina, bem como a imprevidência com relação ao futuro, são comportamentos que podem trazer graves consequências para a vida financeira”, completa. Para a economista, a constituição de uma reserva financeira é garantia contra imprevistos, além de um meio para a realização de planos de consumo. “O consumidor que, nesses casos, não pode se valer de recursos próprios, tem de recorrer a bancos e instituições financeiras, arcando com juros geralmente bastante elevados.”

Entre os entrevistados que dizem poupar habitualmente, a maior parte (33%) se diz motivada por imprevistos como doenças, mortes e problemas diversos. Há também 28% que falam em garantir um futuro melhor para a família e 26% que mencionam a reserva para o caso de desemprego. A realização de sonho de consumo foi citada por 24% e 20% mencionam a reforma da casa. A lista de finalidades da poupança também inclui viagens, a compra de imóveis, os estudos e até a abertura de negócios. A preocupação com a aposentadoria não é algo que se destaca, citada somente por 13% dos que pouparam.

Metodologia

O indicador calcula a poupança do brasileiro baseada no dinheiro guardado no mês anterior a pesquisa. A pesquisa abrangeu 12 capitais das cinco regiões brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Recife, Salvador, Fortaleza, Brasília, Goiânia, Manaus e Belém. Juntas, essas cidades somam aproximadamente 80% da população residente nas capitais. A amostra, de 800 casos, foi composta por pessoas com idade superior ou igual a 18 anos, de ambos os sexos e de todas as classes sociais. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais.

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