O controle do Estado sobre a economia é um dos maiores obstáculos para o desenvolvimento brasileiro.
As empresas públicas surgiram a partir da Era Vargas para suprir as deficiências mercadológicas daquela época. Com a globalização e o avanço da iniciativa privada, essas estruturas ficaram ultrapassadas, estagnadas, inchadas e hoje são extremamente onerosas para o contribuinte.
Ao todo, são 46 estatais, 112 subsidiárias e 450 mil funcionários, com gastos anuais de 72,4 bilhões, além de 8,6 bilhões em benefícios de saúde.
Protegido por interesses políticos, nepotismo e negociatas partidárias, o intervencionismo estatal cultivou por décadas uma visão antimercado e contribuiu para uma postura de desconfiança sobre a necessidade das privatizações.
Embora políticos, servidores, sindicalistas e outras figuras beneficiadas pelo modelo, preguem o medo e a desinformação sobre o livre mercado, a história prova o contrário.
Privatizada em 1994, a Embraer é hoje uma potência global de aviação e uma das pioneiras no desenvolvimento de protótipos de carros voadores.
As estatais de telecomunicações eram caras, tinham disponibilidade restrita de linhas e a instalação de telefonia levava anos. Hoje, as companhias privadas do setor democratizaram o acesso e conduzem com sucesso a transição para a tecnologia 5G.
Antes de sua privatização, a mineradora Vale, faturava cerca de 3 bilhões por ano e empregava 15.142 pessoas. Hoje, a maior empresa privada do país figura entre as maiores mineradoras globais, com uma receita anual de 293 bilhões e mais 72.000 empregos diretos no país.
Em termos práticos, uma Estatal não precisa de incentivos para produzir, pois não sofre concorrência financeira, nem se sujeita a mecanismos de lucros e prejuízos, já que seus déficits serão cobertos pelo tesouro. Além disso, seus funcionários não precisam comprovar resultados ou entregar serviços de qualidade, já que têm estabilidade garantida.
Por outro lado, a livre iniciativa estimula a eficiência e a produtividade, não está sujeita a governantes, mas voltada para a satisfação do cliente. Ela investe em inovação, gestão ágil e pessoas para ganhar em competitividade e alcançar o resultado esperado.
Fica muito fácil prever qual desses modelos tem maior potencial para promover o crescimento socioeconômico do país.
Infelizmente, embora exista uma agenda de privatizações, proposta pelo governo, poucas realmente saíram de fato do papel.
Reduzir a presença do Estado é uma questão urgente e indiscutível. Precisamos acabar com a ingerência política que assola o país. O Brasil merece avançar.