Hoje é o Dia do Comerciante, empresário que desde março tem sentido na pele e nos negócios, os efeitos devastadores que vieram junto com a Covid-19.
A CDL tem acompanhado de perto as perdas e os danos das empresas, que têm feito de tudo para não baixarem as portas. “Nos orgulhamos muito de representar a classe lojista, porque sabemos que ela é uma das principais geradoras de emprego e renda do país. Estamos juntos para enfrentar as aflições, inseguranças e incertezas de maneira geral. Nesse momento, o desafio é conseguir a reabertura segura e definitiva das atividades econômicas em equilíbrio com as preocupações da saúde”, declarou Cicero Heraldo Novaes, presidente da entidade.
Desde março, a CDL tem buscado alternativas e dado apoio aos empresários, criando campanhas de doações de cobertores e cestas básicas, lançando uma plataforma de e-commerce gratuita, firmando parceria com Check-Up para testagem do covid e, principalmente, promovendo o diálogo com o poder público.
“Esperamos que o processo para derrubar a liminar do TJMG seja alcançado e os planos de abertura retornem com efetividade e harmonia. Os comerciantes vêm sofrendo com imposições infundadas, por falta de fiscalização fora de suas atividades e medidas que não aumentam a capacidade de atendimento à saúde. O comerciário tem pouco a comemorar. Lembrando que sem o devido carinho com quem produz, as consequências resultarão em uma crise muito pior”. ressalta, Cícero.
Empresária há mais de 30 anos, a proprietária da Sturiny Modas, Terezinha Esturino Carvalho conta que depois da pandemia, muita coisa mudou. “Nossa rotina não é a mais a mesma. Posso ter esperança, mas não garantir nada. Tenho três lojas fechadas desde março. Uma hora manda abrir, outra pede para fechar e ficamos muito mais fechados do que abertos. Devo fechar uma ou duas em breve. Não consigo segurar as despesas. Dei férias para quem tinha que tirar, fiz a suspensão, reduzimos a carga horária e nosso tempo está acabando. Não estamos faturando. Então, comemoro com tristeza pelo que está acontecendo e esperança que melhore”, afirma.
Terezinha ainda diz que é preciso correr atrás para modificar o negócio. “A palavra de reinventar não é tão bonita assim. Para isso, precisamos de recurso, pois tudo tem custo, a tecnologia tem custo. A grande maioria está dispensando funcionários. O governo tentou ajudar, emprestou dinheiro para manter funcionário que ganhou estabilidade e está em casa. Daqui a pouco, acaba o tempo e ele tem que voltar, mas se o comércio não abre, eu tenho que pagar para ele ficar em casa. Como o governo emprestou dinheiro, vou ter que usar dinheiro que o governo me emprestou para pagar a estabilidade. Olha onde estamos entrando!”.
Outra empresária com experiencia no comércio é Marielle Vilela, da Maison Lela Acessórios do Uberlândia Shopping. Ela disse que a grande mudança são as vendas são virtuais. “Hoje as vendas são feitas através site e WhatsApp. Se a gente não posta, não faz foto, não ativa o cliente, não vende. Estou me reestudando, contratando pessoas para redes sociais, para fazer campanhas patrocinadas, para ver se atinjo um público maior, inclusive fora de Uberlândia. Estou relançando meu site e fazendo capacitação, tanto eu, quanto meus funcionários para girar online. O cliente está no mundo para comprar e precisamos estar nas mãos deles também”, concluiu.