Enquanto as finanças públicas entram em estado de colapso para socorrer estados e municípios, uma grande parcela dos deputados continuam gastando a cota parlamentar sem o mínimo pudor.
Apesar da Câmara ter encerrado suas atividades presenciais no dia 20 de março, desde a data até o último dia 11, o montante desembolsado para as despesas desse grupo já somava quase R$ 13 milhões.
Entre os principais gastos parlamentares estão: reembolsos por consumo de combustível, alugueis de carros, diárias em hotéis, consultorias e até impulsionamento de conteúdo em rede social.
Mesmo com uma diminuição significativa de gastos, cerca de 60% em relação ao ano passado, alguns deputados continuam esbanjando o dinheiro público com o pretexto pífio de continuarem exercendo a atividade parlamentar, que teoricamente deveria ser remota.
No topo da lista indecorosa está a deputada federal, que consumiu R$ 89,4 mil desses recursos nos meses de março e abril (os dados de maio não aparecem), incluindo R$ 770 de hospedagem em um hotel de Fortaleza, durante uma viagem não oficial em um fim de semana.
É inaceitável que os nobres representantes do Legislativo usufruam de privilégios aberrativos com respaldo legal para cometerem tais crimes contra o contribuinte.
Com um salário de R$33.763, auxílio moradia de R$ 4.253,00, verba para contratação de funcionários de R$ 111.675,59 e cotas para o exercício de suas atividades que vão de R$ 30.788,66 até R$ 45.612,53 (como é o caso de Roraima), o Congresso Nacional é o segundo mais caro do mundo.
Faltam recursos para atender doentes, falta ajuda financeira para as empresas, falta emprego para o trabalhador, mas acima de tudo, falta dignidade ao Congresso Nacional.