A falta de funcionamento do sistema de estacionamento rotativo de Uberlândia, a Zona Azul, tem feito os lojistas do hipercentro buscarem alternativas para oferecer vagas aos veículos de seus clientes. Para não perder vendas, os comerciantes têm feito convênios com estacionamentos particulares e os que já tinham parcerias deste tipo ampliaram o contrato para ter mais vagas.
Segundo o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), em Uberlândia, Celso Vilela, a estratégia do convênio tem sido adotada pelos lojistas para compensar a falta de rotatividade de veículos parados nas vias centrais, já que tem quem fique o dia todo em uma mesma vaga. “Muitas vezes o cliente deixa de comprar porque não encontra vaga para estacionar”, afirmou.
Para o gerente de uma loja de roupas no hipercentro, Cícero Feitosa, a falta de vagas de estacionamento nas ruas e avenidas da região gerou uma redução de 15% nas vendas em seu estabelecimento. Por isso, com o intuito de resolver esse problema, desde outubro, Feitosa tem um convênio com um estacionamento particular, ao custo de R$ 450 por mês.
Com o mesmo objetivo, a proprietária de um restaurante também no hipercentro, Elaine Camargo Ribeiro, ampliou o contrato com um estacionamento depois que os carnês da Zona Azul deixaram de ser vendidos. Ela passou a gastar R$ 1,2 mil por mês com a parceria.
Quem também utiliza o serviço de estacionamento na área central de Uberlândia para evitar a perda de clientes é o gerente de uma boutique de roupas femininas instalada nesta área da cidade, Guilherme Peixoto Gomide. Ele disse que o custo que a loja tem com estacionamento particular para clientes aumentou 40% com a falta de funcionamento da Zona Azul e tem variado entre R$ 300 e R$ 400 mensais.
Posicionamento
A assessoria de comunicação da Prefeitura de Uberlândia informou que o edital de licitação da Zona Azul está suspenso – o que ocorreu em 21 de março – e não há previsão de retorno do serviço.
CDL quer participar da administração do futuro sistema rotativo na cidade
A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), em Uberlândia, quer a participação na gestão das vagas do futuro sistema de estacionamento rotativo, a Zona Azul, uma vez que o serviço implica diretamente no movimento do comércio no hipercentro. A informação é do presidente da CDL, Celso Vilela. “A entidade reivindica do poder público a cogestão da Zona Azul porque quem melhor entende de varejo é a CDL”, afirmou.
Vilela disse ainda que a proposta seria de implantação de uma Zona Azul digital, em que os usuários fariam a compra de créditos para usar as vagas de estacionamento por meio de um smartphone, por exemplo. A Prefeitura de Uberlândia informou, por meio de nota, que recebeu várias propostas em relação ao sistema Zona Azul e vai agir dentro do princípio da legalidade para garantir um serviço eficiente.
Estabelecimentos têm aumento de 20% na busca por vagas
Os estacionamentos particulares do Centro de Uberlândia registraram aumento de cerca de 20% na procura por vagas em seus estabelecimentos desde que o sistema de estacionamento rotativo, a Zona Azul, deixou de funcionar.
O gerente de um estacionamento na avenida Floriano Peixoto Victor Hugo Léo Araújo disse que o espaço no qual ele trabalha tem 70 vagas. Nos horários de pico, o local tem ficado lotado e, há alguns meses, a ocupação máxima verificada era de pouco menos de 60 vagas. “Ultimamente, o estacionamento tem ficado mais cheio porque as pessoas não encontram lugares para parar nas ruas”, afirmou.
A crescente busca por vagas também foi verificada pelo gerente de um estacionamento particular que fica na rua Duque de Caxias, Wilson Fernando Alves Cardoso. “A ocupação das vagas passou de pouco mais de 20 para 25”, disse.
Motoristas evitam passar nas ruas e avenidas centrais
A falta de vagas para estacionar no hipercentro de Uberlândia tem sido apontada por algumas pessoas como o motivo delas evitarem a ida a esta região, sempre que possível. Elas disseram à reportagem do CORREIO de Uberlândia que quando necessitam ir a este ponto da cidade, preferem pagar estacionamento particular. O operador de máquina Carlos André da Silva é um dos motoristas que vive esta situação atualmente. “Como não encontro vagas para parar o veículo, a alternativa é pagar um estacionamento particular.”
A estudante Cíntia Carneiro Araújo é outra que tem optado por não ir à área central da cidade. Ela disse que prefere fazer compras nos shoppings devido à facilidade para estacionar nestes locais. “Quando tenho de ir ao Centro, uso estacionamentos particulares.”
Fonte: Correio de Uberlândia