A política brasileira é o câncer dessa nação.
Na semana passada(, o Congresso Nacional aprovou o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2022, que triplica a verba do Fundo Eleitoral de R$ 1,8 bilhão para R$ 5,7 bilhões.
É inaceitável que nós, brasileiros, tenhamos que assistir uma manobra vergonhosa, validada por aqueles que, teoricamente, deveriam proteger os cofres públicos.
Em meio a uma crise sem precedentes, responsável pela morte de mais 500 mil vítimas da Covid-19 e pelo desemprego de 14,4 milhões de pessoas, o Legislativo pretende transferir recursos públicos, que deveriam ser destinados à programas de auxílio emergencial e proteção de empresas e trabalhadores, para o bolso dos partidos eleitorais.
Vale reforçar que as siglas já recebem verdadeiras fortunas do Fundo Eleitoral e o Fundo Partidário para financiarem suas despesas.
Fica cada dia mais difícil de acreditar que exista transparência e respeito com o dinheiro público e com o cidadão brasileiro. Na Câmara foram 278 votos favoráveis e 145 contrários e no Senado, foram 40 votos a favor e 33 votos contrários. Apenas 5 partidos tentaram barrar a farra do fundão, embora sem sucesso.
O Brasil continuará condenado ao descaso enquanto for dominado pela máfia partidária, que usa do poder para concentrar fortunas nas mãos de caciques eleitorais e distribuir cargos de confiança dentro do funcionalismo.
É impossível que a nossa política seja democrática e represente renovação se não existem órgãos competentes, capazes de fiscalizar e combater essa máquina de corrupção que se prolifera no país. Ao todo são 33 partidos políticos registrados e 77 em processo de criação.
O brasileiro não precisa de panfletos, de comícios, de passeatas e propagandas de candidatos. Ele precisa de compromisso, de respeito, de ética e de representantes comprometidos com o país.
O texto segue para sanção presidencial. Esperamos que o presidente da república cumpra sua missão de governar para a nação e não para os interesses dessa corja.