Uberlândia caiu dez posições no ranking das melhores cidades brasileiras para se investir em negócios em 2015. Neste ano, o Município ocupa o 37º lugar na lista nacional, enquanto, no ano passado, era a 27ª melhor cidade para negócios no Brasil. Na classificação estadual, Uberlândia continua em 2º lugar, atrás apenas de Belo Horizonte. As informações são da pesquisa realizada pela Urban Systems, empresa de inteligência de mercado, que analisou 648 Municípios com mais de 50 mil habitantes, responsáveis por 80% do Produto Interno Bruto (PIB).
O estudo observou 36 indicadores divididos em quatro categorias: desenvolvimento econômico, capital humano, infraestrutura e desenvolvimento social. Em relação ao último ano, Uberlândia manteve a mesma classificação em três desses segmentos, mas em capital humano passou de médio para muito baixo, o que explica a queda de 10 posições na listagem nacional. “Algumas cidades melhoraram em mais quesitos do que Uberlândia. A cidade melhorou em alguns indicadores e em outros teve decréscimo. Embora tenha caído no geral, os três índices em que ela elevou a posição são significativos”, disse o presidente da Urban Systems, Thomaz Assumpção.
Uberlândia teve melhora em indicadores como o crescimento do PIB, que saltou de 5% em 2014 para 9,07% neste ano. Contudo, em outros fatores teve desaceleração. Ao passo que a população economicamente ativa aumentou (de 69% para 72%), o crescimento de empregos formais reduziu de 24% para 8%. Além disso, a retração do crescimento empresarial também afugenta investidores.
Uberlândia é uma cidade com boa qualidade de vida, infraestrutura urbana e por estar no centro do País facilita a logística, o que pesa muito por conta dos custos com transporte. Mas a política tributária de Minas Gerais espanta investidores. Além disso, a crise que estamos tendo na saúde e na segurança pública afugenta quem quer investir na cidade”, afirmou o professor de Economia e consultor de Negócios Antônio Carlos de Oliveira.
Cidade foi rebaixada na categoria “capital humano”
Capital humano foi a única categoria em que Uberlândia foi rebaixada na classificação, passando de médio no último ano para muito baixo em 2015. De acordo com o presidente da Urban Systems, Thomaz Assumpção, essa alteração está ligada ao desemprego e à educação. “Neste ano, Uberlândia teve uma baixa capacidade de geração de emprego. Além disso, a cidade não teve tanta produção de conhecimento. Outras cidades foram melhores.”
Para o professor de Economia e consultor de Negócios Antônio Carlos de Oliveira, Uberlândia tem mão de obra jovem e faculdades com várias áreas do conhecimento, mas não tem um centro de excelência. “É uma formação mediana e, consequentemente, tem um nível de remuneração que não é alto. É preciso investir em inovação e fomentar cursos técnicos. Nas indústrias, por exemplo, há engenheiros, mas sobram vagas para técnicos”, disse Oliveira.
Crise ajudou a queda no ranking
A crise político-econômica pela qual o País está passando é outro fator que pode ter ajudado na queda de dez posições de Uberlândia no ranking das melhores cidades brasileiras para se investir em negócios em 2015, segundo o professor de Economia e consultor de Negócios Antônio Carlos de Oliveira. “O Governo atual de Uberlândia está fortemente atrelado ao federal. Com essas crises na política e na economia, falta crença do empresariado principalmente na política e isso atrapalha angariar mais investimentos para a cidade.”
O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Ronaldo Alves, também acredita que o rebaixamento de Uberlândia no ranking está ligado às crises política e econômica do País, mas que não é uma situação isolada da cidade. “Estamos vivendo um momento complicado no País e temos que ter preocupação de ter caído dez lugares. Mas ainda é uma posição positiva e temos um crescimento ordenado e planejado. Nós ainda estamos um pouco melhor que a média nacional. Perdemos muitas vagas de emprego, mas poderíamos ter perdido muito mais, se não fossem os investimentos que trouxemos para a cidade, como o recente JUBs [Jogos Universitários Brasileiros]”, afirmou Alves.
De acordo com ele, Uberlândia deve retomar posições no ranking de 2016. “Teremos um início de ano ainda difícil. Mas eu sou otimista e, com os nossos programas de incentivo ao investimento, vamos voltar a subir.”
Fonte: Jornal Correio