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Terras brasileiras: o patrimônio que não tem preço

Comercializar nossas terras significa colocar preço em nossa própria soberania.

23 de novembro de 2018

Não há como negar o peso da China para a expansão econômica do Brasil.

A potência mundial é de longe a maior compradora de produtos brasileiros atualmente. Só este ano, ela responde por US$ 25 bilhões, mais da metade do superávit de US$ 47,7 bilhões do total da balança comercial de janeiro a outubro.

Investimentos tão expressivos foram desencadeados pelo conflito comercial entre o país e os EUAS. A relação interrompida aumentou o nosso poder de exportação, principalmente de produtos básicos, como grãos, carne e minério.

É notório o interesse chinês em nossa matéria-prima e na aquisição de terras, uma vez que a maior população do mundo sofre com a escassez de solos cultiváveis, grande parte, improdutivos por contaminação. Todavia, mesmo que essa parceria seja determinante para a recuperação do Brasil, é preciso avaliar com cautela até que ponto a presença de negócios estrangeiros coloca em risco o patrimônio nacional.

Negociações dessa espécie afetam o agronegócio, comprometem a preservação ambiental e representam uma ameaça factível à nossa garantia alimentar, já que essas terras seriam produtoras de commodities voltadas ao mercado global. Em outras palavras, tudo se planta aqui, mas nada nos pertence.

O presidente Jair Bolsonaro compartilhou desse mesmo receio em entrevista cedida à Band TV no último dia 05. “Todos os países podem comprar no Brasil, mas não comprar o Brasil”, afirmou o eleito após receber o embaixador da China no Brasil, Li Jinzhang e os ministros Song Yang e Qu Yuhui.

A decisão de vetar a compra de terras cultiváveis nos parece sensata e justa uma vez que não existe Estado sem território. Comercializar nossas terras significa colocar preço em nossa própria soberania.

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