Lojas bem organizadas, menores filas para pagar as compras e agilidade no lançamento de produtos. Segundo a Renner, foi graças ao investimento nessas três frentes que ela conseguiu vender mais em 2015, mesmo com o varejo de moda em retração no país.
A receita líquida das vendas de mercadorias da empresa chegou a 5,45 bilhões de reais no ano passado, um número 17,4% maior do que os 4,64 bilhões alcançados em 2014.
No critério mesmas lojas, que contempla unidades abertas há pelo menos um ano, o faturamento cresceu 10,8% em 2015 – um índice um pouco menor do que o aumento de 11,1% registrado em 2014, mas surpreendente frente ao desaquecimento do mercado.
Na mesma comparação, as vendas do segmento de varejo de vestuário do país, no geral, caíram 0,6% no ano passado, conforme dados do IEMI Inteligência de Mercado.
“Nós apostamos muito em visual merchandising, o que gerou mais compras espontâneas; também ampliamos os provadores e atualizamos a operação dos caixas, o que diminuiu em 45% o tempo de espera nas filas”, disse o presidente da companhia, José Galló, em teleconferência com analistas nesta sexta-feira (5).
De acordo com ele, esforços para acelerar o lançamento de coleções também contribuíram para o resultado.
“Nós já há algum tempo investimos muito em saber o que o consumidor quer e em transformar isso rapidamente em produto”, afirmou.
Entram nessa estratégia um novo sistema de reposição de estoques e o apoio à gestão dos fornecedores, para garantir que a entrega dos itens aconteça no menor tempo possível.
“Hoje temos na Renner 12 engenheiros dedicados a ajudar os parceiros a melhorar os custos, a reduzir o consumo de água e energia, por exemplo. Isso não existia dois anos atrás”, comentou Galló.
No ano, o lucro líquido da varejista foi de 578,8 milhões de reais, alta de 22,8% frente a 2014.
Para 2016, a rede de lojas prevê um aumento moderado nas vendas e uma possível redução da margem Ebitda – índice que mede a eficiência da empresa e ficou em 24,7% neste ano.
Cortes de custos também estão nos planos da companhia, justificados pela inflação, maiores gastos com folha de pagamento e novos tributos esperados para o ano.
Abertura de lojas
Cerca de 60 novas lojas de bandeiras controladas pela empresa devem ser abertas em 2016: 25 da própria Renner, 15 da Camicado e 25 da Youcom.
Para esses investimentos, além da remodelação de unidades já existentes e do aprimoramento de sistemas de TI, a empresa reservou uma quantia de 550 milhões de reais.
A Renner pode ainda aproveitar a vacância de pontos de venda estratégicos, abandonados por outras varejistas por conta da crise, para lançar lojas extras, principalmente da Camicado e da Youcom.
“Tivemos um período muito favorável, de 2003 a 2011, em que todo mundo ia bem, até os incompetentes. Agora, quem tem proposta de valor, diferencial competitivo, continua no mercado. Quem não tem, cai fora”, disse Galló.
Fonte: Revista Exame