A realização da Copa do Mundo 2014, no Brasil, vai reduzir as vendas do comércio uberlandense em junho e julho, segundo avaliação da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) local. Os próximos sete dias, em que haverá o acúmulo do jogo do Brasil contra o México hoje, de um feriado na quinta-feira (19) – Corpus Christi – e de outra partida da seleção brasileira na próxima segunda-feira (23), deverão se concretizar como os mais críticos do período, quando o tempo de trabalho deve ser reduzido significativamente neste setor, segundo apurou o CORREIO de Uberlândia com lojistas da cidade.
Em uma loja de roupas no Centro da cidade, em que Cícero Feitosa é gerente, por exemplo, os funcionários serão liberados com uma hora de antecedência nos dias de jogos da seleção. Como as partidas são sempre à tarde, horário que registra mais movimento no comércio, ele estima ter quedas quantitativas nas vendas, embora ainda não as tenha mensurado. “Imagine uma loja, que recebe mais de 500 pessoas ao dia, à tarde, ficar fechada sem fluxo por ao menos três dias”, afirmou, lembrando que no dia do feriado os lojistas centrais não abrem.
Segundo o presidente da CDL em Uberlândia, Celso Vilela, essa situação de restrição nos trabalhos por causa do campeonato mundial foi agravada por uma ressaca econômica do Dia dos Namorados, situação em que as vendas foram até a metade dos 5% de aumento esperados localmente para esta data. Com isso, há a expectativa de índices negativos de comércio no Município em junho e julho. “Ainda vamos levantar os números quando terminar o período, mas já sentimos que está crítico. Se continuar assim, poderão haver demissões”, disse Viela.
Indústrias fazem compensação de horas
O setor industriário, em Uberlândia, é outro que teve de se adequar para liberar, em alguns casos, os funcionários em horários de jogos do Brasil na Copa do Mundo 2014. No entanto, devem praticar o banco de horas, com o pedido de compensação posterior para que as produções não sejam afetadas, de acordo com o presidente da Associação das Empresas do Distrito Industrial de Uberlândia (Unedi), Lázaro dos Reis Magalhães.
O dirigente classista, que também é dono de uma fábrica de produtos químicos, afirmou que muitos empresários preferiram, como ele, instalar televisões para turnos tardios como medida para evitar problemas futuros na escala.
Proprietários de bares esperam lucrar
Enquanto os setores de comércio e o industriário em Uberlândia tentam amenizar os danos causados pela liberação dos funcionários e pela perda pontual de clientes durante os jogos do Brasil na Copa do Mundo 2014, os proprietários de bares na cidade se preparam para lucrar com o período. O Sindicato de Bares e Restaurantes de Uberlândia prevê que alguns estabelecimentos devam ter o dobro de público e vendas, principalmente os situados na avenida da Rondon Pacheco, onde muitas pessoas vão para assistir aos duelos.
Segundo o vice-presidente da entidade, Gilmar Antônio Pomponi, as promoções realizadas pelos bares também ajudam a atrair o público neste período. “Cada um faz um diferencial. Ou oferecem desconto ou praticam o open bar, cobrando valor da mesa ou entrada e deixando comida e bebida servidas à vontade”, disse.
Fonte: Jornal Correio de Uberlândia