O mosquito Aedes aegypti, transmissor dos vírus da dengue, da febre amarela, da zika e da chikungunya, vem se espalhando a regiões tropicais e subtropicais desde o período das grandes navegações. Desde a primeira ocorrência registrada do vírus da dengue, em 1981- 1982, pelo Ministério da Saúde a dengue vem ocorrendo no Brasil de forma continuada.
Proliferação da dengue
Em geral, grandes reservatórios de água são os focos mais produtivos do vetor, no entanto ele se reproduz em diferentes tipos de lugares e muitas das vezes relacionados a locais sujos e sem manutenção de limpeza.
Locais de descarte
Os locais inadequados de descarte de resíduos sólidos são iscas perfeitas para o mosquito que se aproveita de recipientes que acondicionam água e os usa como criadouros. Além disso, conforme dados da Organização das Nações Unidas (ONU), na América Latina, em torno de 100 milhões de pessoas não têm acesso ao saneamento básico e 70 milhões vivem sem água encanada o que os leva a armazenar água. Essa água armazenada em casa certamente atrai o mosquito.
Prejuízos causados
Um dos principais problemas de saúde pública hoje no país, a dengue traz prejuízos consideráveis tanto nas esferas públicas quanto nas privadas. No caso da esfera privada, a dengue afeta duramente a vida das empresas configurando como a quinta causa de afastamento do trabalho entre funcionários de grandes companhias no ano de 2015.
A média de ausência do trabalhador infectado pelo dengue ficou entre cinco e sete dias em 2015.
Segundo dados da pesquisa da empresa de consultoria Gesto Saúde e Tecnologia a soma dos afastamentos dos funcionários de uma empresa em 2014 foi de 65 dias – equivalente a três meses. Já em 2015 o número evolui para 253 e como se de 50 funcionários de uma empresa, um não tivesse ido sequer um dia ao trabalho. Fábio Diogo, analisa o diretor Comercial e de Marketing da consultoria afirma: “O impacto disso pode ter sido o equivalente a cinco empregados ficando o ano inteiro sem trabalhar”,
“O trabalhador pode pegar dengue em casa e afetar a produção. O empresário não pode fazer saneamento básico nas cercanias da casa do empregado, nem o próprio funcionário. É a mesma coisa com segurança, e educação e saúde. Não se pode simplesmente substituir atividade tipicamente estatal por uma privada”, Carlos Alberto Ramos, professor de economia da Universidade de Brasília (UnB).
Investimento público de combate à dengue
Especialistas brasileiros, presentes no 4º Seminário Internacional de Engenharia de Saúde Pública, realizado pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa) em 2013, estimaram que cada R$ 1 investido por governos em saneamento básico economiza R$ 4 em custos no sistema de saúde.
Os investidores, ou seja, os gestores públicos devem levar em consideração, não somente a parte estrutural da coisa, mas também a educação da população através de campanhas contínuas de educação para a sustentabilidade.
Ação empresarial
A AGSSO-Associação de Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional acredita que o setor empresarial pode e deve dar sua contribuição para o combate ao mosquito Aedes aegypti.
Ela elenca seis dicas simples para instaurar a cultura de prevenção dentro das empresas. As dicas vão desde a eliminação dos focos passando por identificação de líderes até monitoramento dos resultados. Em seu site podem ser encontradas mais informações:
A educação sempre será o diferencial não somente no combate do mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus da dengue, como também a porta para um mar de novas oportunidades sociais, ambientais e econômicas.
6 dicas para combater o Aedes aegypti em sua empresa
1 – Inclua o combate aos criadouros do Aedes aegypti nas políticas de saúde e segurança ocupacional
2 – Nomeie alguém responsável por criar um plano com metas e por acompanhar as ações
3 – Desenhe um plano que preveja etapas, atribua responsabilidades, envolva várias áreas e gere dados
4 – Envolva a todos nesta luta: líderes, funcionários e fornecedores
5 – Lembre-se que envolver é mais que motivar: é preciso informar e treinar
6 – Avalie os dados obtidos para melhorar seu programa de prevenção.
Fonte: Artigo escrito por Alice Drummond – Diretora da Resíduo de Valor Consultoria e Projetos, coordenadora da Plataforma Ituiutaba Lixo Zero, especialista na PNRS pela UnB e mestre em Governança de Resíduos pela Sorbonne Nouvelle Paris 3