Em reunião com os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles e da Casa Civil, Eliseu Padilha, no dia 10 de agosto, em Brasília, a Frente Parlamentar Mista em Defesa do Comércio, Serviços e Empreendedorismo (Frente CSE) defendeu reformas para reconduzir a economia do País. Os mais de 40 parlamentares e representantes das entidades que formam a União Nacional das Entidades de Comércio e Serviços (Unecs) conversaram sobre as propostas do governo federal que tratam das reformas tributária, previdenciária e do ajuste fiscal.
O ministro Henrique Meirelles fez questão de transmitir um sentimento de confiança e otimismo em relação ao futuro econômico do País. Meirelles destacou que, depois de seis anos, o índice de confiança dos empresários brasileiros deixou de cair e passou a crescer. “O mercado percebe que fizemos o diagnóstico certo e estamos tomando as medidas adequadas”, afirmou Meirelles.
Entre as medidas, o ministro destacou a transparência do governo em relação às contas públicas e, depois, o empenho para fazer os ajustes, de forma paulatina e integrada com outros entes públicos, como os estados e, principalmente, o Congresso.
O ministro Eliseu Padilha ressaltou a importância de reavaliar tributos como ICMS e PIS/Cofins. Além disso, como coordenador do grupo interministerial que discute no governo federal a reforma da Previdência Social, Padilha também afirmou que agora é preciso coragem para tomar as decisões que envolvem a reforma previdenciária. “Nossa base contributiva está pequena. No futuro, teremos menos gente entrando no mercado de trabalho”.
Comércio e serviços
O presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Honório Pinheiro, falou da importância da simplificação tributária para os mais 450 mil lojistas associados à entidade, sendo que mais de 90% fazem parte da matriz do Simples Nacional. “Não podemos ter tantas dificuldades para pagar os impostos”. Nesse sentido, Honório argumentou ainda sobre a forma perversa que é feita a cobrança das multas acessórias por parte dos governos. “Peço que reflitam sobre esse ponto, pois a obrigação acessória traz resultado negativo maior que o próprio imposto”, afirmou.
O presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) e coordenador da Unecs, Fernando Yamada, reforçou a confiança na nova equipe econômica. “Nunca tivemos uma equipe tão eficiente e capaz”, disse. Porém, salientou a necessidade de se fazer os cortes e os ajustes, mas, também, cuidar para que isso não traga prejuízo à atividade econômica. “O governo deve considerar questões como a renegociação de dívidas de empresas e centrar esforços na simplificação tributária.”
O deputado federal e presidente da Frente CSE, Rogério Marinho (PSDB-RN), destacou que os setores de comércio e serviço sofrem bastante com a recessão, mas estão lutando para superar o momento. “Estamos convencidos de que o País, agora, segue no rumo certo, que as medidas serão duras, mas trarão recompensa”, disse.
CSE
A Frente CSE conta hoje com quase 300 membros, entre deputados e senadores, sendo uma das maiores do Congresso Nacional. Foi criada com o objetivo de organizar uma força legislativa para auxiliar na formulação de diretrizes que apoiem o setor.
Unecs
Constituída em 2014, a Unecs é formada por sete das maiores instituições brasileiras representativas da área do comércio e serviços: Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (ABAD), Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB).
A União representa a voz organizada do setor de comércio e serviços com mais de 15% do PIB brasileiro, concentrando mais de 21% dos empregos formais do País, responsável por 83,7% das vendas de alimentos e bebidas, com faturamento conjunto de R$ 885,9 bilhões, respondem por 65% das transações de cartões de crédito e débito. Busca, junto ao Poder Público, priorizar temas centrais para agenda de progresso e crescimento.
Fonte: site CNDL