Qual é o preço da desigualdade no Brasil?
Enquanto 13,8 milhões de brasileiros sobrevivem na faixa da extrema pobreza, uma parcela da casta judiciária recebeu, entre setembro de 2017 e abril deste ano, remunerações mensais que chegam a R$200 mil.
Durante o período, 8.226 juízes ganharam, ao menos uma vez, salários de R$100 mil e 507 juízes, foram agraciados com montantes de até R$ 200 mil.
O levantamento realizado nas folhas de pagamento do Judiciário e divulgado pelo Jornal Folha de São Paulo, revela que nos últimos dois anos e oito meses, mais da metade dos salários pagos (55,7%) aos 26.177 juízes ativos e inativos superaram o teto constitucional, que atualmente é de R$ 39,2 mil.
A justificativa para os “supersalários” está na concessão de auxílios, verbas indenizatórias, gratificações e acúmulos de funções que, se somados, chegam às fortunas descabidas.
Os penduricalhos da magistratura são a mais contundente representação de que, aquilo que é imoral não é necessariamente, ilegal.
O brasileiro é refém de uma Constituição que dá ao Judiciário a autonomia para tratar a nação como um patrimônio. Em nome da lei, esse Poder orbita em uma realidade privilegiada, muito desproporcional à nossa, meros contribuintes.
Estamos aprisionados a um sistema judiciário cada vez menos técnico e mais político, cada vez menos eficiente e mais insustentável.
Ironicamente, aqueles que representam a Justiça brasileira, são hoje o maior retrato da injustiça social.