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Judiciário mineiro: um abismo salarial em tempos de crise

De acordo com uma matéria publicada pelo jornal Estadão, em 2024, juízes e desembargadores do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) receberam remunerações muito acima do teto constitucional.

21 de janeiro de 2025

Enquanto Minas Gerais enfrenta uma grave crise financeira nos últimos anos, uma parcela privilegiada do funcionalismo público desfruta de salários exorbitantes e benefícios exclusivos.

De acordo com uma matéria publicada pelo jornal Estadão, em 2024, juízes e desembargadores do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) receberam remunerações muito acima do teto constitucional.

O levantamento revelou que 97% desses servidores obtiveram salários que ultrapassam R$ 44 mil, limite remuneratório da mais alta corte do país, o STF.
Apenas no mês de dezembro, cada magistrado mineiro recebeu, em média, R$ 214 mil. Em meses anteriores, houve casos de juízes com contracheques variando de R$ 300 mil a mais de R$ 400 mil.

O pagamento legal, todavia, imoral dos “supersalários” é turbinado por um rol de penduricalhos conquistados pela classe jurídica, como auxílios transporte, alimentação, moradia e saúde; licença-prêmio, licença-compensatória, que converte dias de folga em dinheiro, além de benefícios como 60 dias de férias, mais recesso de fim de ano e feriados.

A categoria também recebe um acréscimo de 5% nos salários a cada cinco anos trabalhados (quinquênio) e outras regalias que nós, simples trabalhadores, jamais alcançaremos ao longo de nossas carreiras.

É ultrajante que um estado com uma dívida estimada em R$ 163 bilhões com a União seja o centro de um verdadeiro escândalo com o dinheiro público.
Sem uma Reforma profunda no Judiciário brasileiro, essa elite do funcionalismo totalmente desconectada da realidade brasileira continuará crescendo às custas do contribuinte, perpetuando a desigualdade e comprometendo as contas do Estado. O legislativo precisa agir imediatamente.

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