Enquanto Minas Gerais enfrenta uma grave crise financeira nos últimos anos, uma parcela privilegiada do funcionalismo público desfruta de salários exorbitantes e benefícios exclusivos.
De acordo com uma matéria publicada pelo jornal Estadão, em 2024, juízes e desembargadores do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) receberam remunerações muito acima do teto constitucional.
O levantamento revelou que 97% desses servidores obtiveram salários que ultrapassam R$ 44 mil, limite remuneratório da mais alta corte do país, o STF.
Apenas no mês de dezembro, cada magistrado mineiro recebeu, em média, R$ 214 mil. Em meses anteriores, houve casos de juízes com contracheques variando de R$ 300 mil a mais de R$ 400 mil.
O pagamento legal, todavia, imoral dos “supersalários” é turbinado por um rol de penduricalhos conquistados pela classe jurídica, como auxílios transporte, alimentação, moradia e saúde; licença-prêmio, licença-compensatória, que converte dias de folga em dinheiro, além de benefícios como 60 dias de férias, mais recesso de fim de ano e feriados.
A categoria também recebe um acréscimo de 5% nos salários a cada cinco anos trabalhados (quinquênio) e outras regalias que nós, simples trabalhadores, jamais alcançaremos ao longo de nossas carreiras.
É ultrajante que um estado com uma dívida estimada em R$ 163 bilhões com a União seja o centro de um verdadeiro escândalo com o dinheiro público.
Sem uma Reforma profunda no Judiciário brasileiro, essa elite do funcionalismo totalmente desconectada da realidade brasileira continuará crescendo às custas do contribuinte, perpetuando a desigualdade e comprometendo as contas do Estado. O legislativo precisa agir imediatamente.