O Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) suspendeu no dia 9 de novembro, o atendimento a novos pacientes no pronto-socorro. Segundo a assessoria de imprensa, a medida foi necessária devido ao número excessivo de pacientes. Em junho deste ano, em virtude de atrasos e falta de repasses à instituição, a diretoria já havia comunicado o fechamento do hospital para novos atendimentos, dentre outras medidas, a fim de resguardar a segurança dos pacientes que estavam internados e dos funcionários.
De acordo com o comunicado, os serviços de cirurgia geral, ortopedia e clínica médica ficarão temporariamente fechados até terem condições mínimas de atendimento.
Ainda conforme a nota, as salas de atendimento do politraumatismo e emergência da clínica médica estão lotadas e com grande número de pacientes em ventilação mecânica e que necessitam de internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), adulto.
Situação do HC-UFU
Os atendimentos no HC-UFU vêm sendo comprometidos há mais de um ano por causa de problemas financeiros. No dia 9 de janeiro de 2015 o HC suspendeu, por tempo indeterminado, as cirurgias eletivas (aquelas agendadas com antecedência). Na ocasião, foi informado que o hospital estava cheio, com 100% da capacidade atingida.
Em outros momentos as cirurgias já haviam sido suspensas no hospital que é referência para 86 municípios, e realiza cerca de 1.200 cirurgias mensais, sendo metade eletivas. Uma dessas paralisações ocorreu em abril de 2014 devido a uma greve dos funcionários da Fundação de Assistência Estudo e Pesquisa (Faepu) de Uberlândia, o motivo era reposição salarial. Antes disso, em dezembro de 2013, também por problemas financeiros, o HC-UFU cancelou mais de 100 cirurgias e as eletivas também foram suspensas.
A situação não se normalizou por completo e no ano de 2015 o hospital viveu o “fecha/reabre” atendimentos. No dia 21 de janeiro de 2016, o hospital informou que voltou a atender somente os pacientes em situações de urgência ou emergência. Segundo a unidade, a demora no repasse do Sistema Único de Saúde (SUS) piorou a situação financeira, dificultando ainda mais as negociações com os fornecedores de materiais e medicamentos para atendimento aos pacientes.
Em fevereiro de 2016, pacientes tiveram cirurgias oncológicas canceladas por falta de insumos no hospital. A falta de materiais básicos como: compressas, luvas, seringas, agulhas, gazes e outros insumos para atendimentos médicos, fizeram com que as cirurgias fossem adiadas. A direção informou que atende as demandas de acordo com as necessidades.
Em junho, o HC suspendeu as cirurgias de traumatologia e de alta complexidade, como as cardíacas e eletivas.
Fonte: www.g1.com.br/triangulo