Enquanto o mundo se adapta ao processo de automatização do trabalho, o funcionalismo público brasileiro continua operando dentro de uma bolha.
Na contramão de países desenvolvidos, que fazem um esforço global para requalificar profissões com novas habilidades digitais, o governo brasileiro, em pleno século XXI, emprega 2.997 datilógrafos, com um salário médio de R$ 6,5 mil, totalizando uma despesa de R$ 399,7 milhões só em 2020.
Por terem sido aprovados por concurso público, com funções específicas, esses servidores têm estabilidade de em média 30 anos, além da aposentadoria.
Embora boa parcela seja remanejada para posições similares, muitos profissionais entram na Justiça com a alegação de desvio de função e ganham o direito de serem mantidos à custa do contribuinte, aparados por uma legislação totalmente arbitrária, que blinda o Estado e sua máquina de aberrações.
É aterrorizante, mas real. 69 mil servidores de cargos extintos ou em extinção representam uma despesa anual de R$8,2 bilhões por ano.
Infelizmente, a Reforma Administrativa não avança e os motivos são óbvios, quando se trata de proteção e perpetuação política.
O governo apresentou um plano que, a princípio, conseguiria restringir a estabilidade de servidores, extinguir cargos, facilitar a contratação temporária e combater a ineficiência desse modelo, que compromete 13,7% do PIB brasileiro, mas até o momento, nada foi feito.
Esperamos que essa pauta seja tratada com a seriedade que o setor produtivo merece. Até quando vamos sustentar essa farra?