A Prefeitura de Uberlândia anunciou no dia 10 de março medidas para tentar diminuir os impactos na rede municipal de Saúde ante a reestruturação de atendimento no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), que suspendeu todas as internações ambulatoriais.
As medidas serão adotadas a partir do dia 14 de março, segunda-feira. Uma das alternativas apresentadas para conter os problemas no atendimento foi direcionar os pacientes para as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) nos casos menos graves, como pequenos curativos e vacinas.
A suspensão dos atendimentos no hospital se deve a falta de insumos e a uma dívida que impossibilita a regularidade da prestação de serviços do hospital. A situação se agravou com o atraso do repasse de verbas do Governo Federal.
Um dos reflexos das medidas adotadas pelo HC-UFU que impacta na rede municipal de saúde é a queda no número de transferências para o Hospital de Clínicas. Desde o dia 1º deste mês, as transferências para o HC-UFU caíram, em média, 25%: de 160 pacientes para 125 pacientes por semana. Desta forma, com mais pacientes aguardando transferências, há um maior consumo de insumos nas unidades, um aumento da demanda de atendimentos e este cenário exige mais atenção dos profissionais dentro das Unidades de Atendimento Integrado (UAIs).
A verificação dos comprovantes de residência das pessoas que forem buscar atendimento ambulatorial nas Unidades de Atendimento Integrado (UAIs) também ficará mais rígida. A fiscalização terá prioridade para os casos de falsificação de endereços.
Na quarta-feira, dia 9 de março, a UFU anunciou que, devido aos problemas de atraso no repasse de verbas, reduziu os atendimentos, inclusive ambulatorial. Foi abordado ainda a possibilidade de aumento de gastos não previstos com a saúde, pois há problemas com o atraso nos repasses de medicamentos do Estado.
HC-UFU suspende as internações ambulatoriais para reduzir gastos
O Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) suspendeu, todas as internações ambulatoriais e vai agilizar as altas dos pacientes que estão na unidade. A decisão, informada pela diretoria do hospital, não envolve as internações emergenciais, tem efeito imediato e será válida por duas semanas. Após este prazo, quando recursos já poderão ter chegado à unidade hospitalar, a decisão passará por nova análise da direção do HC, podendo ser prorrogada ou não. A interrupção deste tipo de atendimento faz parte de uma série de sete medidas que têm por objetivo tentar adequar os gastos aos recursos recebidos. As outras seis ações são por tempo indeterminado, segundo o reitor da UFU, Elmiro Santos.
Uma destas outras medidas adotadas é o atendimento exclusivo de casos de emergência no Pronto-Socorro do HC-UFU. Além disso, estão suspensos os exames de alto custo para investigação ambulatorial e as liberações de órteses e próteses não padronizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Também não haverá aquisição de materiais não padronizados e serão feitos somente os exames complementares contemplados na tabela SUS. Ainda faz parte das ações a redução de escalas para que também baixe o custo da folha de pagamento.
Em nota, a diretoria explicou que, sem reajuste da tabela SUS desde 2008 e com aumento progressivo de despesas, o HC acumulou uma dívida em torno de R$ 50 milhões. Para amenizar o problema, o hospital pretende contingenciar 20% das despesas com melhorias na gestão de pessoal, de aquisição de insumos e manutenção de equipamentos.
O Fundo Nacional de Saúde, que segundo a nota divulgada pelo HC-UFU varia entre R$ 9 milhões e R$ 10 milhões mensais, está atrasado. Até o momento, foi repassada uma das duas parcelas esperadas para 2016. Os atrasos aconteceriam desde setembro de 2015. A verba é a remuneração por serviços prestados pela tabela SUS, de acordo com contrato com a Gestão Municipal.
Fontes: sites G1, Jornal Correio e Prefeitura de Uberlândia
